Embora tenham desacelerado a alta na passagem de maio para junho os alimentos ainda pesam no bolso do consumidor. O grupo Alimenta��o e Bebidas do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), saiu de um avan�o de 0,73% em maio para 0,68% em junho. A alta acumulada no primeiro semestre deste ano foi de 3,26%, enquanto no mesmo per�odo de 2011 o aumento foi menor, de 3,11%.
"Os alimentos desaceleraram, mas ainda tiveram aumento forte. Mesmo com o IPCA menor, desacelerando, os alimentos est�o pressionando mais do que pressionaram no ano anterior", afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de �ndices de Pre�os do IBGE. O IPCA em junho ficou de 0,08%, de 0,36% em maio.
Os alimentos v�m sofrendo com as quebras de safra em algumas culturas, que reduziram a oferta dos produtos e elevaram os pre�os ao consumidor. Em alguns itens, h� ainda o impacto da valoriza��o do d�lar em rela��o ao real, que afeta o pre�o do trigo, principal insumo do p�o e importado de pa�ses vizinhos.
"A alta do d�lar influenciou mais diretamente os pre�os do p�o de forma e p�o franc�s, embora o pre�o da pr�pria farinha de trigo tenha recuado", disse Eulina. "Mas em outros itens a alta do d�lar pode estar presente tamb�m, porque ele est� presente nos adubos, no malte da cerveja, em componentes e insumos que n�o est�o claros � primeira vista."
Em junho, ficaram mais caros batata inglesa, tomate, feij�o-mulatinho, alho, cenoura, feij�o-preto, p�o de forma, hortali�as e verduras, �leo de soja, cerveja, refrigerante, arroz, cerveja fora de casa, p�o franc�s, refei��o e lanche.
"A redu��o de �rea plantada e problemas clim�ticos afetaram os alimentos este ano. Com isso, a taxa (do grupo Alimenta��o e Bebidas) ficou um pouco maior do que em 2011, apesar de v�rias provid�ncias que foram tomadas, como o Brasil ter importado feij�o da China", explicou a coordenadora do IBGE.
Os pre�os dos feij�es, que haviam aumentado 9,10% em maio, apresentaram queda de 1,63% em junho. Mas ainda acumulam uma alta de 46,82% no ano. "O feij�o carioca caiu 3,07% no m�s, mas a gente est� pagando 74% a mais do que ele custava h� 12 meses. Isso vale para tudo. O caf� caiu em junho, mas, no ano, aumentou 20%. Essas quedas t�m influ�ncia sobre o �ndice de pre�os, mas no bolso do consumidor continuou muito caro", lembrou ela.
Enquanto os aumentos nos produtos aliment�cios seguem em patamares elevados, os produtos n�o aliment�cios tiveram queda de 0,10% em junho, contra alta de 0,25% em maio.