Uma em cada quatro jovens negras brasileiras entre 15 e 24 anos n�o estuda ou n�o trabalha – o que corresponde a 25,3% dessa faixa da popula��o. Os dados s�o da Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT), divulgados hoje (19) no relat�rio Perfil do Trabalho Decente no Brasil: um Olhar sobre as Unidades da Federa��o. Entre a popula��o jovem em geral, o percentual das pessoas que n�o trabalha ou n�o estuda chega a 18,4%, o que corresponde a 6,2 milh�es de pessoas. Entre as mulheres jovens, a taxa � 23,1%. Esse fato � identificado com mais intensidade nas �reas urbanas, em que 19,7% dos jovens est�o nessa situa��o, contra 7,9% nas �reas rurais.
“Quando a jovem diz que n�o trabalha, quer dizer que n�o trabalha remuneradamente. Ou ela � m�e e n�o tem apoio das redes de prote��o social; ou concilia fam�lia e trabalho; ou cuida de irm�os melhores para a m�e trabalhar”, destacou o coordenador do estudo da OIT, Jos� Ribeiro.
A taxa de mulheres negras negras que n�o trabalham ou n�o estudam � superior �s das mulheres jovens em geral (23,1%), dos homens jovens (13,9%) e dos homens negros (18,8%).
“O afastamento das jovens da escola e do mercado de trabalho, em um percentual bastante superior ao dos homens, � fortemente condicionado pela magnitude da dedica��o delas aos afazeres dom�sticos e �s responsabilidades relacionadas � maternidade, sobretudo quando a gesta��o ocorre durante a adolesc�ncia”, ressalta o relat�rio.
Os estados em que h� mais desemprego entre as jovens negras s�o Pernambuco (36,7%), o Rio Grande do Norte (36,0%), Alagoas (34,9%), o Par� (33,7%) e Roraima (33,2%).
“As cifras de redu��o da pobreza e de desigualdade no Brasil, nos �ltimos anos, s�o avan�os importantes e internacionalmente reconhecidos pela OIT. A pobreza e a desigualdade continuaram diminuindo no Brasil apesar da crise. O Brasil nesse sentido se destaca no cen�rio internacional. [Mas] a quest�o do jovem � claramente um desafio”, disse a diretora da OIT no Brasil, La�s Abramo.