Os produtos agropecu�rios continuam dominando a infla��o. Os pre�os no atacado do milho e da soja, al�m das carnes su�nas e das aves, pressionaram a segunda pr�via do �ndice Geral de Pre�os - Mercado (IGP-M), pesquisa realizada de 21 de julho a 10 de agosto. A infla��o de 1,38%, ante 1,11% no mesmo per�odo do m�s anterior, � a maior desde julho de 2008 (1,79%). No ano, os pre�os j� avan�aram 6,02% e, em 12 meses, 7,68%.
"No momento, o Banco Central deve continuar com o processo de redu��o dos juros, porque est� preocupado em fazer a economia pegar no tranco. Mas, com uma taxa acima de 1% e a previs�o de que a alta no atacado alcance o consumidor, a infla��o n�o pode ser descuidada. N�o acredito que a pol�tica monet�ria ser� alterada, mas os �ndices de infla��o podem provocar uma reavalia��o do cen�rio pelo governo", afirma o coordenador de An�lises Econ�micas do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (Ibre/FGV), Salom�o Quadros.
Na segunda pr�via do IGP-M de agosto, o destaque foi o avan�o do pre�o do milho, de 20,10%, ante 1,55% em julho. O pre�o do produto agr�cola disparou quando o da soja come�ou a desacelerar. A varia��o da soja foi de 10,43% ante 11,04% no m�s anterior. Ainda assim, a infla��o da soja se mant�m em um patamar elevado e continua como uma das principais influ�ncias do indicador, como em meses anteriores.
A alta dos pre�os do milho e da soja � provocada pela quebra de safra dos Estados Unidos, que encareceu as commodities no mercado internacional. Em consequ�ncia do encarecimento dos gr�os, subiram os pre�os no atacado de mat�rias-primas para a ind�stria. O farelo de soja est� 17,53% mais caro, ante 14,43% do m�s anterior, e o �leo de soja, 2,66%, ante -0,14% em julho.
Os pre�os das carnes su�nas e das aves, que consomem ra��es com milho e soja e s�o utilizadas como mat�ria-prima da ind�stria aliment�cia, avan�aram 20,12% e 6,81%, respectivamente. Enquanto isso, o trigo, substituto da soja, subiu 6,20%. "Alguma repercuss�o ter� a alta dos agropecu�rios para o varejo nos pr�ximos meses. O contraponto ser� a infla��o das carnes bovinas que est� desacelerando", afirmou Quadros.
O pre�o dos bovinos caiu 1,27%, ante queda de 0,03% em julho, devido a uma oferta do produto superior � demanda. A perspectiva � de que as altas no atacado alcancem o varejo nos pr�ximos meses. Por enquanto o �ndice de Pre�os ao Consumidor, que integra o IGP-M, se mant�m est�vel, tendo passado de 0,23% na segunda pr�via de julho, para 0,26%, no mesmo per�odo de agosto.
A alimenta��o continua sendo a principal influ�ncia na forma��o da taxa, com alta de 0,84%, inferior � do m�s anterior, de 0 88%. "Mas � poss�vel esperar alta de pre�os de alimentos puxada pelas carnes, pela soja e pelo milho nos pr�ximos meses", afirmou o economista do Ibre/FGV.