Os pre�os de produtos agr�colas, que determinaram a infla��o de meses anteriores, foram os principais respons�veis pela desacelera��o da primeira pr�via de setembro do �ndice Geral de Pre�os de Mercado (IGP-M), de 1,21% no mesmo per�odo de agosto para 0,59% neste levantamento. No atacado, a varia��o dos pre�os da soja passou de 9,93%, na primeira pr�via de agosto, para 3 48% na primeira pr�via de setembro. E o milho, que estava a 18 05%, passou para 1,62%, considerando a mesma base de compara��o.
"� melhor uma desacelera��o da infla��o do que uma intensifica��o. O resultado da pr�via demonstra uma transmiss�o de choque de alimentos que est� desaparecendo. N�o h� um problema novo", analisou o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (Ibre-FGV) Salom�o Quadros.
Ele acredita que, nas pr�ximas reuni�es do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), o Banco Central ir� se preocupar mais com a recupera��o da economia do que com o comportamento dos pre�os ao determinar a taxa Selic. A expectativa de Quadros � que a desacelera��o de pre�os que alcan�ou as mat�rias-primas brutas em setembro chegue gradativamente aos produtos derivados da soja e do milho no atacado para, em seguida, atingir os pre�os no varejo. Todo este processo deve durar cerca de dois meses, projeta o economista.
Por enquanto, os derivados do milho e da soja continuam em alta no atacado, contaminando os pre�os tamb�m dos su�nos (de 8,48% para 9,31%), cujo processo produtivo utiliza os dois produtos como ra��o. Como consequ�ncia da alta dos su�nos, ficou mais cara a carne bovina (de -1,27% para 1,11%). "Isso significa que as carnes bovinas poder�o ainda sofrer algum tipo de aumento no varejo", ressalta Quadros. Para o consumidor final, o pre�o da carne bovina subiu 0,51%, ap�s ter ca�do 0,76% na primeira pr�via de agosto.
Neste m�s, al�m dos produtos agr�colas, contribu�ram para a desacelera��o da infla��o medida pela primeira pr�via do IGP-M a perda de ritmo de materiais e componentes para manufatura.
S�o exemplos os produtos metal�rgicos b�sicos, cuja varia��o passou de 0,20% para -0,69. E a alta de pre�os do �leo diesel utilizado no atacado, que passou de 6% na primeira pr�via de agosto, para zero no indicador deste m�s. Com a perspectiva de desacelera��o dos pre�os dos alimentos em toda a cadeia nos pr�ximos meses e com o desaquecimento da economia, a avalia��o de Quadros � que o Banco Central ir� promover ainda mais um corte da Selic de 0,25 ponto porcentual. "Ser� mais uma necessidade de enviar um recado de confian�a para o mercado do que uma mudan�a relevante para a economia", ressaltou.