Influenciado por uma “pequena melhoria na educa��o” e pelo crescimento do emprego formal, o presidente do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, avaliou hoje que o Brasil est� reduzindo “de maneira brutal” a desigualdade social. Por�m, as diferen�as entre os mais ricos e os mais pobres ainda s�o altas e requerem mais investimentos em educa��o e em empreendedorismo.
“A desigualdade est� caindo de uma forma acelerada nos �ltimos dez anos. A metade mais pobre [da popula��o] est� crescendo cinco vezes mais r�pido [em termos de renda] que os 10% mais ricos”, afirmou o dirigente, ao participar, no Rio, do F�rum Nacional, evento organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) cuja edi��o debate “novos caminhos para o desenvolvimento do pa�s”.
Para Neri, a redu��o da desigualdade j� est� mudando o perfil da sociedade brasileira. “A base da distribui��o est� com uma taxa de crescimento completamente diferente em rela��o � m�dia [da popula��o]. Em certo sentido, isso faz com que o Brasil se torne um pa�s normal”, completou.
Segundo Neri, a educa��o, “que � muito ruim, mas que se tornou menos ruim”, � um dos motores da queda da desigualdade, assim como o avan�o do mercado formal. De acordo com o economista, o Brasil gera 2 milh�es de emprego por ano, fazendo com que a queda de diferen�a de renda entre a popula��o seja “mais sustentada” do que se tivesse atrelada a programas sociais ou de concess�o de cr�dito, que podem sofrer altera��es conforme as mudan�as pol�ticas.
Para “coroar a mudan�a” no pa�s, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, acrescentou que � preciso incluir planejamento de longo prazo dirigido a setores estruturais. “A log�stica � um ponto fraco e, por isso, tem recebido grande investimento”, lembrou. Referindo-se ao pacote lan�ado pelo governo federal em agosto, ele disse que “o programa mobilizar� o setor privado e nos dar� oportunidade de acelerar investimentos”.
Com as transforma��es em curso, o presidente do Ipea conclui que o Brasil “� uma boa m�dia do mundo”, porque t�m diversas situa��es no mesmo territ�rio. “Os mais pobres s�o t�o pobres quanto os intoc�veis indianos e os mais ricos n�o s�o muito distintos dos russos e dos americanos mais abastados”, comparou.
Segundo Neri, novas informa��es sobre as recentes mudan�as no pa�s poder�o ser conferidas a partir de dados sobre desigualdade por grupos populacionais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), que ser� divulgada na pr�xima sexta-feira (21). “Vai ser a prova do pudim”, ressaltou.