Um forte vencimento de t�tulos indexados � infla��o fez a D�vida P�blica Federal (DPF) apresentar leve queda em agosto e manter a dist�ncia da barreira de R$ 2 trilh�es. Segundo n�meros divulgados h� pouco pelo Tesouro Nacional, o estoque da DPF encerrou o m�s passado em R$ 1,867 trilh�o, valor 0,51% menor que o montante de R$ 1,877 trilh�o registrado no fim de julho.
A d�vida p�blica mobili�ria (em t�tulos) interna caiu 0,53%, passando de R$ 1,788 trilh�o para R$ 1,779 trilh�o. Isso ocorreu porque o Tesouro resgatou R$ 28,32 bilh�es em t�tulos a mais do que emitiu. Esse resgate compensou a incorpora��o de R$ 18,79 bilh�es em taxas de juros.
O reconhecimento de juros ocorre porque a corre��o que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores (que emprestam dinheiro para que o governo possa rolar a d�vida) � incorporada gradualmente ao valor devido. No caso de um investidor que comprou um t�tulo por R$ 100 com corre��o de 12% ao ano, ele receber� R$ 964 ao final de 20 anos. Essa diferen�a � incorporada m�s a m�s ao total da d�vida p�blica.
A queda s� n�o foi maior porque a d�vida p�blica externa ficou praticamente est�vel em agosto. No m�s passado, a d�vida do governo brasileiro no exterior totalizou R$ 88,43 bilh�es, valor apenas 0,02% maior que os R$ 88,43 bilh�es registrados em julho. De acordo com o Tesouro, a queda de 0,62% do d�lar no m�s passado contribuiu para essa estabilidade.
Como os vencimentos no m�s passado se concentraram em t�tulos corrigidos pela infla��o, a participa��o desses pap�is na d�vida interna caiu de 36,71% em julho para 35,01% em agosto. Em agosto, venceram R$ 46,8 bilh�es em t�tulos atrelados a �ndices de pre�os. Os pap�is prefixados (com juros definidos antecipadamente), no entanto, respondem pela maior parte do endividamento do Tesouro. A fatia desses t�tulos na d�vida interna passou de 36,89% em julho para 38,47% no m�s passado.
A fatia dos t�tulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros b�sicos da economia), aumentou de 24,54% para 25,23%. Influenciada pela queda do d�lar, a parcela da d�vida interna vinculada ao c�mbio caiu de 1,86% para 1,29%. Esses n�meros levam em conta as opera��es de swap pelo Banco Central (BC), que equivalem a opera��es de compra ou venda de d�lar no mercado futuro e t�m impacto na d�vida p�blica.
Com taxas definidas com anteced�ncia, os t�tulos prefixados s�o prefer�veis para o Tesouro Nacional porque d�o maior previsibilidade � administra��o da d�vida p�blica. Em contrapartida, os pap�is vinculados � Selic representam mais risco porque pressionam a d�vida para cima, em ciclos de alta dos juros b�sicos.
Como os t�tulos que venceram eram, em grande parte, de curto prazo, o prazo m�dio da DPF melhorou significativamente, aumentando de 3,99 anos em julho para 4,05 anos em agosto. O Tesouro Nacional n�o divulga o resultado em meses, apenas em anos. Essa queda se refletiu na redu��o da participa��o dos vencimentos nos pr�ximos 12 meses, que caiu de 26,03% para 24,17%. Prazos mais longos s�o favor�veis para o Tesouro porque d�o ao governo mais tempo para planejar e executar as opera��es de renegocia��o (rolagem) da d�vida p�blica.
Por meio da d�vida p�blica, o governo pega emprestados recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma corre��o, que pode ser definida com anteced�ncia, no caso dos t�tulos prefixados, ou seguir a varia��o da taxa Selic, da infla��o ou do c�mbio.