A Zona Euro inaugurou nesta segunda-feira seu fundo de resgate permanente, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), criado para auxiliar a regi�o a sair crise da d�vida, em um processo fundamental para auxiliar os pa�ses mais fr�geis da regi�o, principalmente a Espanha, apesar da pol�mica em torno da necessidade de resgate deste pa�s.
O MEE foi oficializado pelos ministros de Finan�as dos 17 pa�ses que compartilham o euro, durante uma reuni�o em Luxemburgo. Na ter�a-feira, ele ser� oficializado tamb�m pelos demais dez minitros que formam com os ministros da Zona Euro a Uni�o Europeia (UE). "O lan�amento do MEE constitui uma etapa hist�rica na constru��o da uni�o monet�ria e confere � Zona Euro a partir de agora de um mecanismo de combate permanente e eficaz", declarou o chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
A Espanha tenta convencer a todos de que cumprir� com os objetivos de d�ficit acordados com Bruxelas (6,3% de seu PIB este ano, 4,5% em 2013 e 2,8% em 2014) e as previs�es do or�amento para 2013, apesar da forte crise econ�mica, banc�ria e social pela qual passa o pa�s, com um desemprego que afeta um quarto da popula��o ativa.
O governo espanhol tem dito que o pa�s n�o precisa nem mesmo de um resgate parcial, por considerar que a situa��o de financiamento nos mercados n�o � nem t�o cr�tica como antes nem compar�vel com a de Gr�cia, Portugal e Irlanda, que tiveram que pedir uma interven��o de sua economia. "A Espanha n�o precisa de ajuda. Isso � o que o governo espanhol repete uma e outra vez", disse o ministro de Finan�as alem�o, Wolfgang Schauble.
O ministro de Economia espanhol, Luis De Guindos, elogiou o plano do Banco Central Europeu (BCE) para comprar b�nus dos pa�ses amea�ados nos mercados secund�rios e o classificou de "crucial" para garantir a "irreversibilidade" da moeda �nica. Contudo, ele se negou a adiantar se seu pa�s pensa em acolher a esse programa para pedir a ajuda de seus s�cios da Zona Euro.
"Temos que avan�ar na elimina��o de todas as d�vidas sobre o futuro do euro", disse. Para isso, a "proposta de compra de b�nus no mercado secund�rio por parte do BCE sujeita � condicionalidade � fundamental", disse. V�rios analistas, no entanto, preveem que a solicita��o de aux�lio financeiro ser� feita nos pr�ximos dias, em um momento de calma para evitar o p�nico nos mercados.
Descontentamento social Ap�s obter em junho de seus s�cios da Zona Euro uma ajuda de at� 100 bilh�es de euros para os bancos, o governo de Madri resiste a pedir aux�lio a seus s�cios, temendo a imposi��o de novas condi��es que poderiam exacerbar ainda mais o descontentamento social, pouco antes das elei��es na Gal�cia e no Pa�s Basco.
O ministro da Economia espanhol, Luis De Guindos, insiste que a Espanha est� no caminho correto. "A Espanha tem que fazer sua parte e o far�", afirmou. Para reduzir o d�ficit, o governo de Mariano Rajoy est� imerso em uma pol�tica de austeridade draconiana, que prev� uma economia de 150 bilh�es de euros em tr�s anos.
Contudo, o descontentamento social tem aumentado. Milhares de pessoas se manifestaram no domingo em Madri contra a pol�tica de austeridade do governo conservador. Nesse contexto, a Espanha tenta avan�ar na uni�o banc�ria e tenta fazer com que sejam respeitados os acordos da �ltima reuni�o europeia de junho, na qual se decidiu pela recapitaliza��o direta dos bancos, uma vez que existe um supervisor banc�rio �nico na Europa.
O plano � crucial para salvar o setor financeiro espanhol, afogado ap�s o estouro da bolha imobili�ria em 2008. Um primeiro passo foi o estabelecimento do MEE, que substitui o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e que ter� uma capacidade de 500 bilh�es de euros para resgatar as economias mais fr�geis e sanear os bancos europeus de forma retroativa, como espera a Espanha.
Recentemente, no entanto, Alemanha, Holanda e Finl�ndia t�m posto novas travas ao precisar que a recapitaliza��o direta que assumir� o MEE n�o incluir� os "ativos herdados", ou seja, os bancos altamente endividados da Espanha e que estes continuar�o sendo responsabilidade dos governos. Contudo, o ministro irland�s de Finan�as, Michael Noonan, disse que ser� respeitado o acordo da reuni�o em junho. "Prevalece o que decidimos", disse.