Bancos e lojas fazem um esfor�o in�dito para renegociar d�vidas de inadimplentes, os juros b�sicos do Pa�s est�o no menor n�vel da hist�ria e parte dos brasileiros troca d�vida cara por barata. Mesmo assim, a expectativa � de crescimento moderado de vendas para este fim de ano. As proje��es de entidades representativas do varejo apontam para uma alta entre 2% e 5% no faturamento neste Natal em rela��o ao de 2011.
A dificuldade do consumidor de acelerar as compras, especialmente de itens de maior valor, fica n�tida na fotografia tirada pelo Banco Central (BC), que mostra o impacto da ressaca do consumo acelerado dos �ltimos meses. Em julho, o dado mais recente, quase um quarto (22,44%)da renda das fam�lias estava comprometido com d�vidas, a maior marca da s�rie iniciada em 2005. Em outras palavras, um ter�o da popula��o, ou 60,9 milh�es de pessoas, tinha d�vidas no m�s passado. E, por dois meses seguidos, julho e agosto, a inadimpl�ncia m�dia do consumidor se mant�m em 7,9%.
Os consumidores come�aram a fazer a sua parte. Em busca de juros menores, levaram R$ 708,9 milh�es de d�vidas de um banco para outro, no m�s passado, segundo o BC. Esse montante � o dobro do registrado nas estat�sticas de portabilidade do sistema financeiro em setembro de 2011e a maior cifra mensal desde novembro de 2010.
Tamb�m no m�s passado, a renegocia��o deu um salto. Em setembro, 580 mil paulistanos inadimplentes foram reabilitados para o consumo. O n�mero � 25,5% maior que no mesmo m�s de 2011, segundo a Associa��o Comercial de S�o Paulo (ACSP). De janeiro a setembro, 3,9 milh�es deixaram a lista do calote, uma alta de 9 6% ante igual per�odo de 2011. A Boa Vista Servi�os, empresa de informa��es financeiras, n�o revela quantos renegociaram d�vidas mas diz que em setembro houve acr�scimo de 17,3% nesse indicador, a maior varia��o anual desde janeiro.
“Ainda estamos resolvendo o problema de caixa do consumidor, a fase � de saneamento. Portanto, no �ltimo trimestre o consumo n�o ser� nada espetacular”, diz o economista-chefe da Associa��o Nacional das Institui��es de Cr�dito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas.
Pela primeira vez, o bir� de cr�dito Serasa Experian decidiu organizar mutir�es para renegociar d�vidas atrasadas. “Diante do crescimento da inadimpl�ncia, decidimos tomar algum tipo de a��o para promover o encontro entre devedores e credores”, conta o superintendente de Informa��es sobre Consumidores da empresa, Vander Nagata.
At� agora foram dois mutir�es, um em julho e outro na semana passada, ambos na capital paulista. At� novembro, mais tr�s: Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. No evento de julho, 40 mil pessoas compareceram ao feir�o e os descontos para d�vidas antigas variaram de 70% a 80%. E o n�mero de empresas credoras que aderiram ao feir�o tamb�m cresceu.
A Boa Vista Servi�os, concorrente da Serasa Experian, tamb�m acelerou os mutir�es de renegocia��o de d�vidas. “At� agora houve quatro, mas at� dezembro chegaremos a 15 nas capitais e cidades do interior de S�o Paulo”, diz o diretor de Sustentabilidade da empresa, Fernando Cosenza. Em 2011 foram s� dois.
Nos dois mutir�es at� agora, um em Parais�polis e outro em Itaquera, houve 250 mil atendimentos e 54 mil renegocia��es. Segundo Cosenza, o n�mero de empresas dobrou, e o desconto na d�vida chegou a 70%, o mesmo do ano passado.