A taxa de juros b�sicos do Pa�s - a Selic - de um d�gito veio para ficar, na opini�o do presidente do banco Santander, Marcial Portela. Na opini�o do executivo, o Brasil n�o voltar� a ter, no cen�rio atual, juros de dois d�gitos.
Nesse novo ambiente, ter� de ser falado sobre compuls�rio apesar da boa atua��o do Banco Central em liberar aos poucos esses dep�sitos, explicou. "Isso deve continuar. At� agora, tem sido bem-feito, de forma que n�o tem afetado a infla��o do Pa�s", observou Portela.
Outro tema que ter� de ser tratado nessa situa��o � a remunera��o dos dep�sitos, que ainda � "muito indexada". "Na pr�tica, a evolu��o do mercado levar� para essa desindexa��o, na qual teremos spreads de produtos normalizados", destacou Portela.
O executivo avalia que a sociedade brasileira deve vivenciar uma normaliza��o do sistema financeiro em meio � queda dos juros b�sicos do Pa�s, que, segundo ele, al�m de robusto, � bem gerido pelos bancos privados. "A ind�stria financeira vai saber como fazer essa transi��o", observou Portela.
Essa "normaliza��o" do sistema vai implicar, conforme o presidente do Santander, em spreads menores, inadimpl�ncia bem abaixo do que tem sido nos �ltimos anos e com custos menores. Mais do que despesas mais baixas, Portela destacou a necessidade de se ter uma maior efici�ncia e, portanto, uma receita maior.
De acordo com Portela, o mercado n�o trabalhar� mais t�o focado no cr�dito, mas tamb�m em outros segmentos, ampliando o seu leque de produtos, para servi�os de funding e seguros. "Os mesmos n�veis de custo dever�o permitir maior distribui��o de servi�o. Devemos ter um n�vel mais eficiente que no passado", avaliou ele.
Sobre a concorr�ncia do sistema banc�rio, Portella disse que nunca viu uma concorr�ncia t�o acirrada como a do Brasil. "Desde que cheguei aqui, vi que os bancos brasileiros privados e estatais t�m um n�vel de concorr�ncia superior ao de outros pa�ses", ressaltou, lembrando que o Santander est� "preparado para esta concorr�ncia".