Macarr�o inst�ntaneo, biscoitos, cereais matinais, papinhas para beb�s e vinhos; sem falar de doces, geleias, caf�, legumes e hortali�as e do primeiro refrigerante de guaran� org�nico inventado no mundo. Aos poucos, o mercado de alimentos produzidos sem agrot�xicos est� deixando de ser sin�nimo das feiras livres e armaz�ns alternativos para rechear as g�ndolas de grandes redes do varejo. No Brasil, esses produtos faturam perto de US$ 20 milh�es ao ano , segundo estimativa da Associa��o Brasileira de Org�nicos (BrasilBio). Se a quantia parece expressiva, a rigor, � ainda uma modesta parte comparada ao giro mundial desses itens, de US$ 95 bilh�es anuais.
Nas redes de supermercado, os produtos naturais recheiam as prateleiras e o consumidor � surpreendido por novidades como limonada ou salgadinhos tipo chips, assados, integrais e org�nicos. Segundo a Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), a participa��o desses produtos representa cerca de 3% do mix das redes, mas a demanda � firme. Pesquisa do Grupo Super Nosso realizada entre janeiro do ano passado e maio �ltimo revelou que a busca pelo segmento cresceu 32% no per�odo. Com isso, o mix de produtos na rede avan�ou 36% em 12 meses, somando 170 itens, exclu�dos hortifr�tis.
O mercado de produtos org�nicos carrega apelos que t�m convencido o consumidor brasileiro a pagar em m�dia de 20% a 40% a mais pelos alimentos que levam o selo. “O mercado � sustentado em tr�s grandes pilares: a sa�de da popula��o; a quest�o social, j� que 90% dos alimentos s�o fornecidos pela agricultura familiar; e a preserva��o ambiental”, afirma Jos� Alexandre Ribeiro, presidente da BrasilBio. Segundo ele, os org�nicos custam caro porque n�o t�m demanda e n�o t�m demanda porque custam caro.
Para Alexandre Borges, diretor-presidente da M�e Terra, – empresa pioneira no mercado brasileiro de org�nicos –, a perspectiva � de crescimento anual do setor entre 15% e 20% nos pr�ximos anos, empurrado pela conscientiza��o da popula��o. “Com mais conhecimento do brasileiro, a demanda cresce e o desenvolvimento da cadeia de fornecedores tamb�m, levando ao aumento da produ��o.” Segundo Borges, o objetivo da M�e Terra � popularizar o consumo dos produtos. Ele acredita que o pre�o dos alimentos vai baratear nos pr�ximos anos, mas n�o a ponto de alcan�ar o valor dos alimentos convencionais. “Para se ter ideia, o quilo da baunilha sint�tica que d� aroma aos biscoitos industrializados custa R$ 20, enquanto a baunilha natural e org�nica que d� o mesmo aroma aos biscoitos integrais, custa R$ 200 o quilo”, compara.
Rodolfo Nejm, superintendente do Grupo Super Nosso, estima uma queda de cerca de 5% nos �ltimos dois anos nos pre�os dos produtos org�nicos. “Acredito que o Brasil vai ganhar escala na produ��o porque o mercado � ainda pequeno, mas vem crescendo rapidamente. Demanda existe para isso.” A Natumaker, fabricante do guaran� Wewi refrigernate org�nico, informou que o crescimento do mercado ao ritmo de 30%, em m�dia, ao ano tem favorecido novos investimentos. O refrigerante org�nico � livre de ingredientes sint�ticos ou geneticamente modificados.