As importa��es brasileiras est�o subestimadas em cerca de US$ 6 bilh�es este ano por causa de compras de petr�leo e derivados realizadas pela Petrobras que ainda n�o foram contabilizadas na balan�a comercial. A discrep�ncia ajuda a melhorar o super�vit do Pa�s, que vem sendo duramente afetado pela crise global.
Se essas importa��es j� tivessem sido computadas, o saldo comercial estaria em US$ 11,4 bilh�es, em vez dos US$ 17,4 bilh�es apurados de janeiro a outubro. No per�odo, o super�vit registra recuo de 31,6% em rela��o ao ano passado. Sem a “ajuda” do petr�leo, essa queda poderia chegar a 55,2%.
Uma compara��o entre os dados do balan�o da Petrobras e os registros da balan�a comercial mostra o tamanho do descompasso. A quantidade de petr�leo e derivados importada cresceu 13,5% no terceiro trimestre em rela��o ao segundo trimestre, conforme o balan�o da estatal, mas recuou 38,8% segundo a Secretaria de Com�rcio e Exterior (Secex), do Minist�rio do Desenvolvimento. Exclusivamente na gasolina, a diferen�a � maior: alta de 90% segundo a Petrobras e queda de 35,8% pela Secex.
Com a produ��o estagnada, a Petrobras tem recorrido crescentemente �s importa��es para fazer frente ao aumento do consumo de combust�veis no Pa�s, resultado de redu��es de tributos para estimular a venda de carros. De janeiro a outubro, foram licenciados 3,13 milh�o de ve�culos novos, alta 5,7% em rela��o ao mesmo per�odo de 2011.
Apesar dessa situa��o, os dados do minist�rio mostram que a importa��o de petr�leo e derivados caiu de 12 milh�es de toneladas no segundo trimestre para 7,38 milh�es no terceiro. Se o ritmo de alta registrado pela Petrobras no per�odo (13,5%) tivesse sido o mesmo nas estat�sticas do governo, o Pa�s deveria ter importado 13,69 milh�es de toneladas no terceiro trimestre.
Por essas contas, n�o teriam sido computadas 6,3 milh�es de toneladas que, ao pre�o m�dio do terceiro trimestre, equivalem a US$ 4,67 bilh�es. Ainda n�o h� dados p�blicos da Petrobras para outubro, mas mantido patamar equivalente de discrep�ncia do m�s passado, a perda sobe para US$ 6,2 bilh�es.