
Em conversas com representantes do Brasil, o governo argentino j� tinha manifestado o interesse em revisar o acordo, mas os detalhes sugeridos no documento entregue ao governo brasileiro nos �ltimos dias n�o agradaram. T�cnicos preparam uma contraproposta para tentar barrar o �mpeto protecionista da Argentina.
A proposta de Buenos Aires quer aumentar, por exemplo, a exig�ncia de uso de conte�do argentino e prev� um monitoramento por empresa. Negociadores brasileiros j� preveem uma dura batalha nos pr�ximos meses. Embora o novo acordo tenha de ser assinado pelo setor privado dos dois pa�ses, para evitar questionamentos na Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), � normal que os governos conduzam as negocia��es.
As empresas brasileiras est�o buscando no governo informa��es sobre a proposta e j� admitem que o livre com�rcio ter� de ser adiado, novamente, para tentar um acordo que n�o prejudique tanto as empresas. Apesar das dificuldades bilaterais, h� um interesse das montadoras, do setor de autope�as e do pr�prio governo em tentar preservar o regime automotivo entre os dois pa�ses.
Saldo comercial
A balan�a comercial nesse segmento � superavit�ria para o Brasil. No final do m�s, a presidente Dilma Rousseff e o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel, devem ir a Buenos Aires para um evento privado, a convite da ind�stria local. Cogita-se em Bras�lia aproveitar a viagem para realizar uma reuni�o com o governo argentino.
A entrada em vigor do livre com�rcio de autom�veis, pe�as e partes entre os dois pa�ses vem sendo adiada a cada renova��o do acordo. Sob o argumento de que h� um desequil�brio comercial, com d�ficit para a balan�a argentina, Buenos Aires tem solicitado a extens�o do prazo.
O �ltimo documento assinado em 2008, com validade at� junho do pr�ximo ano, prev� que o com�rcio seja liberado em julho de 2013. O acordo tem um mecanismo chamado “flex”, pelo qual para cada d�lar importado pela Argentina o pa�s poder� exportar US$ 2 50 para o Brasil sem pagamento de Imposto de Importa��o. A rela��o do Brasil � de US$ 1 para US$ 1,95.
Um acordo entre os pa�ses � necess�rio para isentar os produtos de tarifa de importa��o porque o setor automotivo n�o faz parte das regras de livre com�rcio fixadas pelo Mercosul.
Este ano, em raz�o do novo regime automotivo brasileiro, que traz aumento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, o Brasil renegociou o acordo automotivo com o M�xico e conseguiu restringir a entrada de autom�veis daquele mercado no Pa�s com al�quota zero do Imposto de Importa��o.
A Argentina tentou seguir os passos brasileiros, mas o governo mexicano n�o aceitou a renegocia��o e o acordo de coopera��o econ�mica foi suspenso por tr�s anos entre os dois pa�ses.