Os meses de novembro e dezembro podem ser promissores para muitos trabalhadores, que contam com o d�cimo terceiro sal�rio para fechar as contas. Esse per�odo, no entanto, n�o tem o mesmo significado para algumas pessoas. Para empres�rios, por exemplo, o d�cimo terceiro � sin�nimo de muitas despesas.
Esse � o caso do propriet�rio de um escrit�rio de representa��o comercial, Paulo Viana. Segundo ele, mais de 60% de sua renda – pessoal e profissional – s�o comprometidos com o pagamento do d�cimo terceiro aos funcion�rios. Em casa, s�o dois empregados dom�sticos; no escrit�rio, mais tr�s pessoas.
“Esta �poca do ano � apertada. Tenho os mesmos gastos que todos os trabalhadores t�m com as festas de fim de ano e impostos. Mas, somado a isso, ainda pago o dobro do sal�rio de cinco pessoas. O or�amento, definitivamente, estoura e tenho que tirar do pr�prio bolso o que poupei ao longo do ano para arcar com os custos”, disse o empres�rio, que paga o d�cimo terceiro de todos os seus funcion�rios em uma �nica parcela, na folha de novembro ou dezembro.
De acordo com o presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), Geraldo Ara�jo, o peso da folha de pagamento no balan�o geral de uma empresa no fim do ano aumenta significativamente. Em m�dia, gasta-se entre 18% e 22% do faturamento com pessoal. Em novembro e dezembro, esse percentual dobra.
“N�s temos esse acr�scimo em nossa conta por causa de uma folha de pagamento a mais por funcion�rio. A programa��o de fazer a antecipa��o da primeira parcela ao longo do ano acaba n�o ocorrendo porque ficamos presos em investimentos. E isso acaba pesando no faturamento do fim do ano, pois n�o ganhamos [empresariado] dobrado”, explicou Ara�jo. De acordo com ele, os ganhos do com�rcio varejista t�m incremento entre 10% e 18% nos �ltimos meses do ano, o que n�o � suficiente para repor o que se gasta.
Segundo o presidente da CDL, a solu��o acaba sendo pegar capital de giro em institui��es banc�rias e diluir o valor dos pagamentos em aproximadamente seis meses. O equil�brio das contas, assim, volta ao normal em maio, quando as presta��es dos empr�stimos s�o quitadas. As linhas de cr�dito voltadas a esse p�blico geralmente oferecem juros mais baixos e prazos mais flex�veis.
“Inclusive, essa � uma das raz�es pelas quais n�o conseguimos antecipar o d�cimo terceiro. Vamos respirar com as contas equilibradas em meados do ano. S� a partir da� podemos aplicar no que a empresa requer e em melhorias. A primeira parcela do d�cimo terceiro acaba ficando para o fim do ano mesmo”, acrescentou Ara�jo.