Os baixos pre�os do caf� e o desempenho negativo das empresas prestadoras de servi�os foram decisivos para a estagna��o da economia mineira no terceiro trimestre, frente ao per�odo de abril a junho, segundo relat�rio publicado ontem pela Funda��o Jo�o Pinheiro. Diferentemente do Produto Interno Bruto do Brasil –o PIB � o conjunto da produ��o de bens e servi�os – que apresentou avan�o, ainda que p�fio de 0,6% na mesma base de compara��o, Minas Gerais ficou no zero a zero, interrompendo a retomada do ritmo de crescimento observada desde o in�cio do ano (veja quadro).
A ind�stria e a constru��o civil, entretanto, mostraram boa performance. Se confrontado com o terceiro trimestre de 2011, o PIB mineiro cresceu duas vezes mais que a m�dia nacional, ao fechar com alta de 1,8%, ante 0,9% no pa�s.
A grande diferen�a em rela��o ao Brasil, que se beneficiou de um crescimento de 2,5% da agropecu�ria no terceiro trimestre ante o anterior e evitou um resultado ainda mais decepcionante do PIB nacional, est� no comportamento da safra de gr�os por aqui. “A nossa � extremamente concentrada. A do milho e da soja ocorrem no segundo trimestre e no terceiro j� n�o h� mais colheita”, explica Pierre Vilela. No pa�s, o milho foi a vitrine do setor, ao avan�ar 27,1% no volume produzido e 10,2% na �rea plantada na compara��o anual.
Al�m da cota��o reduzida do caf�, a pecu�ria de leite e corte tamb�m deixou a desejar. “N�o houve nada que ajudasse”, observa o assessor da Faemg. O relat�rio da Funda��o Jo�o Pinheiro destaca o fraco desempenho da pecu�ria justificado, principalmente, pela quebra da safra de soja e milho nos Estados Unidos. “O encarecimento da ra��o teve forte impacto”, avalia o pesquisador do Centro de Estat�stica e Informa��es da FJP Raimundo de Sousa Leal Filho. A estiagem prolongada contribu�ram.
Acompanhando a agropecu�ria, o setor de servi�os – respons�vel por quase 60% da composi��o do PIB do estado – , que vinha mantendo dinamismo, fechou o terceiro trimestre em queda de 0,1%. O conjunto das atividades – que inclui intermedia��o financeira e servi�os de informa��o e de comunica��o – puxou a queda. “Acredito que seja um caso isolado e que o setor volte a crescer”, avalia Raimundo Filho.
Constru��o civil ant�m ritmo
A ind�stria voltou a crescer em Minas, depois de um segundo trimestre marcado por estagna��o. Respons�vel por 60% do resultado do setor, a ind�stria de transforma��o fechou o terceiro trimestre com alta de 0,6%, diante de uma queda de 0,7% no per�odo anterior, sendo um dos principais propulsores para a o crescimento geral de 0,5% da atividade industrial no estado. Vale lembrar que o resultado do terceiro trimestre pode ser justificado tamb�m pela sazonalidade do per�odo, quando as f�bricas produzem mais para abastecer os estoques de fim de ano do com�rcio.
A varia��o positiva, no entanto, foi inferior � registrada no pa�s, de 1,1%. Ainda assim, � vista com otimismo e pode sinalizar o in�cio do esperado ciclo de crescimento da atividade manufatureira no estado. “O per�odo de alguns trimestres de varia��o negativa est� em vias de ser superado”, acredita Raimundo de Sousa Leal Filho, da Funda��o Jo�o Pinheiro. A revers�o do cen�rio depender� da retomada dos investimentos, que ainda n�o come�ou. “Esse � um elemento importante para dar sustenta��o aos resultados”, afirma.
O economista Paulo Casaca, da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), tamb�m vislumbra dias melhores para o setor em 2013. “Al�m de uma base deprimida de compara��o, o governo tem feito sua parte. Esta semana prorrogou o programa de sustenta��o do investimento e tem como meta uma expans�o dos investimentos de 8% para o pr�ximo ano”, observa. A constru��o civil, por sua vez, manteve o ritmo de crescimento do segundo trimestre, garantindo o melhor desempenho do setor. Na contram�o, o segmento de energia e saneamento caiu 1,4%. (PT)