O resultado mais alto da primeira pr�via de dezembro do �ndice Geral de Pre�os - Mercado (IGP-M) confirmou que o per�odo de defla��o do indicador da Funda��o Get�lio Vargas (FGV) chegou ao fim, mas � cedo para uma conclus�o sobre a tend�ncia da infla��o apurada pelo �ndice neste m�s. A avalia��o � do coordenador de An�lises Econ�micas da institui��o, Salom�o Quadros, que, em entrevista � Ag�ncia Estado, destacou que, a despeito das press�es importantes de alta observadas na parcial do IGP-M, n�o h� um processo espalhado de infla��o, j� que existem itens com peso relevante ainda em queda.
"� cedo para tirarmos conclus�es na primeira pr�via. A not�cia mais relevante � a de que a defla��o realmente ficou para tr�s", comentou Quadros, lembrando que a segunda parcial ainda ser� conhecida. "Mas n�o � um processo de alta generalizada. N�o � uma subida de pre�os que n�o tenha uma �ncora ou contrapeso", salientou.
Conforme divulga��o realizada nesta segunda-feira pela FGV, a primeira pr�via do IGP-M de dezembro trouxe uma taxa de infla��o de 0,50% ante uma defla��o de 0,19% registrada na primeira parcial de novembro. O resultado ficou acima do intervalo de expectativa dos economistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Proje��es, j� que eles aguardavam taxa em alta de 0,20% a 0 38%, com mediana de 0,31%.
De acordo com Salom�o Quadros, a importante acelera��o foi gerada por um movimento semelhante dos tr�s subindicadores que formam o IGP-M. No per�odo, o �ndice de Pre�os ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,50% ante recuo de 0,36%; o �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) avan�ou 0,56% ante varia��o positiva de 0,16%; e o �ndice Nacional de Custo da Constru��o (INCC) apresentou eleva��o de 0,36% contra aumento anterior de 0,14%.
"A maior influ�ncia para o resultado veio do IPA. Primeiro porque ele pesa mais (60%) e segundo porque ele teve a maior acelera��o", disse Quadros sobre a parte do IGP-M que reflete os pre�os do atacado. "O IPC tamb�m acelerou, mas veio de uma base mais forte e, com isso, o ganho n�o foi t�o forte como o do IPA, que teve uma mudan�a mais intensa", acrescentou.
O coordenador observou que, dentro do IPA, houve importantes movimenta��es nos Bens Finais (de queda de 0,59% para alta de 0 55%) e nos Bens Intermedi�rios (de varia��o positiva de 0,08% para avan�o de 0,24%). Ressaltou, por�m, que a acelera��o nos pre�os das Mat�rias Primas Brutas (de baixa de 0,68% para eleva��o de 0,79%) foi a mais importante neste processo.
Segundo ele, este comportamento das Mat�rias Primas Brutas j� era esperado para alguns itens que estavam em queda ou em varia��o positiva pequena. Agora, eles est�o passando por um processo de ajuste natural. Dois bons exemplos foram a soja, cuja baixa passou de 3,06% para 1,77%, e o milho, que saiu de um avan�o de 1,85% para uma eleva��o de 4,97%. Outro item que mereceu aten��o foi o min�rio de ferro, que estava em queda de 3 84% na primeira pr�via de novembro e passou a subir 0,87% na primeira parcial do m�s de dezembro.
Na outra ponta, Salom�o Quadros destacou itens que impediram um resultado ainda maior do IPA, dentro das Mat�rias Primas Brutas. Um de grande peso, o de bovinos, saiu de uma alta de 1,04% para uma varia��o positiva bem menos intensa, de 0,38%.
Ainda no comportamento do IPA, o coordenador citou alguns itens que, agora em alta no atacado, tendem a influenciar futuramente os pre�os no varejo de uma forma mais direta ao consumidor. Um dos exemplos � o feij�o, que saiu de uma queda de 4,62% na primeira parcial de novembro para uma eleva��o de 7,22% na primeira pr�via de dezembro.
Outro item, tradicionalmente vol�til, que tende a pesar no bolso do consumidor � o tomate. No IPA, o item saiu de um decl�nio de 36,22% para um avan�o de 37,36%. No IPC, ele tamb�m d� mostras de que j� come�a a pressionar, depois que passou de uma baixa de 27,02% para uma alta de 16,07%.
"� poss�vel que tenhamos para o m�s dezembro uma onda de press�o em Alimenta��o no IPC", afirmou Quadros, lembrando tamb�m que outro item de peso tanto neste subindicador quanto no IPA, a carne bovina, saiu de uma baixa, de 5,38%, para uma varia��o positiva de 0,05% no atacado. "A Alimenta��o ainda pode dar um certo trabalho", opinou.
O coordenador ressaltou, no entanto, que, antes de uma interpreta��o definitiva sobre o futuro do IGP-M em dezembro, � necess�rio ficar atento ao que ser� divulgado na segunda pr�via do indicador de infla��o. A divulga��o desta parcial est� agendada para o pr�ximo dia 19 pela FGV. "A primeira pr�via � um ter�o do m�s e isso � pouco para tirarmos uma conclus�o", insistiu.