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Estado de Minas

EUA come�am o ano com um p� no abismo

Senadores aprovam acordo para regular aumento de impostos e corte de gastos na madrugada do primeiro dia do ano, mas C�mara ainda precisa votar. Feriado minimiza impacto do atraso


postado em 02/01/2013 00:12 / atualizado em 02/01/2013 07:27

Os senadores norte-americanos deram sua contribui��o para evitar que os Estados Unidos ca�ssem ontem no chamado abismo fiscal, ao aprovar na madrugada um acordo bipartid�rio para impedir a perspectiva de aumentos autom�ticos de impostos e de cortes de gastos. O impasse superior a US$ 600 bilh�es, que n�o s� amea�ava levar a maior economia do planeta de volta � recess�o, mas tamb�m conspirava contra o resto do mundo, ainda precisa passar pelo crivo da C�mara dos Representantes.


Em uma rara sess�o de ano-novo, por volta das 2h hor�rio local (5h em Bras�lia), o plen�rio do Senado aprovou, por 89 votos a favor e oito contra, a tese defendida pelo presidente Barack Obama, de elevar impostos sobre os mais ricos, preservando taxas mais baixas para a classe m�dia, algo que j� vem ocorrendo ao longo de uma d�cada.

Apesar de o pa�s e o mundo respirarem aliviados, o entendimento alcan�ado por republicanos (oposi��o) e democratas (governo) foi insuficiente para contornar os elevados d�ficits or�ament�rios que ajudaram a levar a d�vida dos EUA para US$ 16,4 trilh�es, montante pouco acima do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas pelo pa�s), em torno de US$ 15 trilh�es.

A raz�o disso � que o acordo ocorreu tarde demais para o Congresso cumprir o seu pr�prio prazo na v�spera do ano-novo para aprovar leis que impedissem centenas de bilh�es de d�lares em aumentos de impostos e em cortes de impostos. Na pr�tica, o abismo fiscal entrou em vigor ontem, mas como houve o feriado no dia, o impacto real foi postergado e os deputados ganharam tempo para aprovar nova legisla��o alternativa a medidas fiscais duras.

O acordo para p�r fim ao abismo fiscal depende do apoio da c�mara, controlada pelos republicanos, que reclamam da resist�ncia de Obama em cortar os gastos governamentais, o acusando de priorizar aumento de impostos para equilibrar as contas. "Embora nem democratas nem republicanos tenham conseguido tudo o que queriam, este acordo � a coisa certa a se fazer para nosso pa�s e a C�mara deve aprov�-lo sem demora", apelou o presidente, pouco antes da reuni�o dos deputados, no come�o da tarde.

Os parlamentares estavam aliviados com o fato de os mercados financeiros estarem fechados, o que lhes davam segunda chance de tentar sair do pior cen�rio. Eles tamb�m contavam com hoje como prazo informal para a decis�o final do Congresso, quando assumem parlamentares eleitos em novembro. Mas, se os parlamentares n�o aprovarem a legisla��o logo, os mercados tendem a se preocupar com a ainda lenta recupera��o da economia.

"H� mais trabalho a fazer para reduzir nossos d�ficits, e estou disposto a faz�-lo. Mas o acordo de hoje (ontem) garante que, daqui para a frente, vamos continuar para reduzir o d�ficit via novos cortes de gastos e novas receitas dos mais ricos", acrescentou Obama.

PALIATIVO Mariana Hauer, economista do banco ABC Brasil, observa que a d�vida p�blica dos EUA ir� crescer independentemente do cen�rio fiscal que se concretizar. "Nenhum dos dois partidos ter� o seu desejo satisfeito por completo e o resultado ser� uma decis�o de curto prazo, postergando problemas para o fim de 2013", resumiu.

O projeto aprovado pelo Senado e costurado ap�s longas negocia��es entre o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e o l�der da maioria republicana no Senado, Mitch McConnel, tamb�m adiou por dois meses o corte de US$ 109 bilh�es em gastos sobre programas militares e dom�sticos. Com isso, fica mantido o seguro-desemprego para 2 milh�es de pessoas por um ano e a decis�o provis�ria sobre imposto m�nimo, que estava prestes a expirar, torna-se permanente, protegendo cidad�os de m�dia renda de serem tributados como se fossem ricos.

 

Diverg�ncias sobre
reflexos no Brasil

 

Para Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC) e ex-diretor do Banco Central, o Senado norte-americano conseguiu apenas ganhar tempo com o acordo. "Eles n�o tiraram as incertezas do cen�rio. A atividade, pelo menos, n�o deve despencar", avaliou. Segundo Freitas, mesmo se os EUA tivessem entrado no abismo fiscal e mergulhado na recess�o, as repercuss�es sobre a economia brasileira n�o seriam t�o diretas. "Haveria algum impacto nas exporta��es e tamb�m alguma fuga de capitais, o problema mesmo seria se a China fosse muito afetada, a�, sim, o Brasil teria um problema", argumentou.

Zeina Latif, economista e s�cio diretora da Gibraltar Consulting, faz pondera��o semelhante. "Temos uma demanda dom�stica que se mostrou muito resistente durante a crise de 2008 e continuaria forte mesmo com uma recess�o norte-americana. Agora, � claro que qualquer problema nos EUA � ruim para o mundo todo, incluindo tamb�m a gente", observou.

Al�m do com�rcio internacional, se os norte-americanos ca�ssem no abismo fiscal e parassem de crescer, ela acredita que poderia haver fuga de capitais de economias emergentes e ainda piora na confian�a dos empres�rios brasileiros. "O que ocorre no exterior impacta a confian�a dos empres�rios e isso retardaria ainda mais a retomada dos investimentos e da atividade econ�mica no Brasil", alertou.

Creomar de Souza, professor do Ibmec-DF, ressalta, contudo, que as decis�es do Congresso sobre a quest�o fiscal norte-americana t�m reflexo direto, sim, sobre a economia mundial e, por tabela, a brasileira. "Os EUA s�o um importante parceiro comercial do pa�s e um recess�o norte-americana levaria a um terceiro pibinho seguido em 2013", observou. (VM e SR)


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