
Minas Gerais voltar� a abater carne de equ�deos (cavalos, mulas, burros, jumentos entre outras) para consumo humano. O frigor�fico Prosperidad S.A., instalado em Araguari, no Tri�ngulo Mineiro, planeja reabrir as portas at� o meio do ano – a data certa deve ser definida esta semana, numa reuni�o entre a prefeitura local e a dire��o da empresa, com sede em S�o Paulo. O estabelecimento foi fundado h� 52 anos, mas suspendeu as atividades em setembro do ano passado por iniciativa pr�pria, em raz�o de cavalos que estavam no parque de exposi��es do munic�pio terem sido contaminados com uma doen�a infectocontagiosa chamada mormo.
O Prosperidad voltar� a ser o terceiro do ramo a operar no pa�s. Atualmente, apenas os frigor�ficos Oregon, em Apucarana (PR), e Foresta, em S�o Gabriel (RS), abatem equ�deos no Brasil. A reabertura do estabelecimento em Minas ocorre no momento em que a imprensa mundial noticia o esc�ndalo do uso de carne de cavalo em alimentos que deveriam conter carne bovina. A fraude foi detectada em embalagens de lasanha, na Inglaterra, e ganhou repercuss�o em todo o planeta – carne mo�da de cavalo foi descoberta tamb�m em hamb�rgueres e outros alimentos.
Duas situa��es, por�m, precisam ficar claras. Primeira: o esc�ndalo ocorrido na Europa n�o se trata de quest�o sanit�ria, pois o que houve foi uma fraude ao consumidor, uma vez que clientes pagaram pela carne bovina e levaram a de cavalo. “Trocando em mi�do, misturaram (na lasanha) carne de cavalo, que � um produto mais barato (que a de gado). A qualidade sanit�ria n�o est� sob suspeita”, refor�ou Affonso Dam�zio, presidente da Comiss�o T�cnica de Pecu�ria de corte da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg).
Segunda observa��o: a infec��o de mormo detectada no parque de exposi��es de Araguari n�o foi diagnosticada no rebanho do Prosperidad. Por�m, como o foco da doen�a foi encontrado naquela cidade, o a dire��o do frigor�fico decidiu suspender a atividade porque sabia que os �rg�os que emitem o certificado de proced�ncia de carne in natura n�o avalizariam a produ��o do estabelecimento enquanto a doen�a n�o fosse extinta no munic�pio. Tamb�m � bom frisar que a Uni�o Europeia, principal mercado comprador dos frigor�ficos nacionais, exige a rastreabilidade do alimento.
“Os animais que apresentaram mormo s�o de equita��o. N�o estavam no frigor�fico e tampouco seriam destinados ao abate. Vieram de outros locais. Teremos uma reuni�o para definir a reabertura (do empreendimento). A expectativa � de que todos os 110, 120 funcion�rios sejam recontratados”, anima-se Cl�sio de Meira, secret�rio de Desenvolvimento e Turismo de Araguari. O Prosperidad tem capacidade para abater 1 mil animais por dia. Toda a produ��o � exportada para o Jap�o e, principalmente, para a Europa.
Embarque
O consumo nacional de carne de equ�deo � irris�rio, devido a quest�es culturais e religiosas e falta de informa��o. Portanto, mais de 99% dos cortes produzidos nos dois frigor�ficos em funcionamento s�o enviados para fora do pa�s. Em 2012, segundo dados do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa), o Brasil exportou 2.375,9 toneladas de carne de equ�deos – a B�lgica foi o principal destino (64%).
O volume � 13% maior do que o apurado em 2011, mas muito abaixo do registrado em �pocas anteriores. Em 2000, para se ter ideia, o Brasil embarcou 15,4 mil toneladas. Em 2004, foram 20 mil toneladas. Especialistas, contudo, acreditam que o balan�o de 2013 ser� menor que o de 2012, devido ao esc�ndalo surgido na Europa. Al�m da carne, os frigor�ficos comercializam tamb�m derivados, como farinha de sangue e osso. A crina, o couro e o casco tamb�m s�o aproveitados. Procurada, a dire��o do Prosperidad n�o deu entrevista.
Mormo
Tamb�m conhecido como lampar�o, o mormo � uma doen�a infecciosa que ataca preferencialmente os equ�deos. Por�m, pode ser contra�da tamb�m por cachorros, gatos, bodes e at� humanos. Ela � causada pela bact�ria burkholderia mallei. Ocorre por meio de ingest�o de �gua e/ou alimentos contaminados. Alguns dos sintomas s�o: secre��o nasal e les�es nodulares nos pulm�es. Causa febre e dispneia no animal.