Ant�nio Tim�teo e Elian Guimar�es
Elas s�o donas de casa, cuidam dos filhos, trabalham, escolhem os itens que far�o parte da cesta de produtos consumidos pela fam�lia e ainda d�o a palavra final na hora de comprar um carro. Esse � o perfil da nova mulher brasileira, que desde a d�cada de 1990 conquista um papel de destaque na sociedade e na economia, fruto do crescimento da renda, do investimento em educa��o e do aquecimento do mercado de trabalho. Com essa pujan�a, em 2013, o p�blico feminino incrementar� o consumo com R$ 1,1 trilh�o, enquanto em 2003 o valor era de apenas R$ 602 bilh�es. Uma eleva��o de 83%.
Com todas essas transforma��es, atividades que eram de exclusividade dos homens passaram a ser compartilhadas pelo casal. A pesquisa “Tempo de mulher”, do instituto Data Popular, apontou que 86% das esposas decidem as compras feitas no supermercado, 79% escolhem o destino de f�rias das fam�lias, 58% definem o modelo e a marca do carro e 53% estabelecem que computador ser� comprado para a casa. Na avalia��o do presidente do Data Popular, Renato Meireles, o p�blico feminino � protagonista do novo Brasil que consome mais a cada ano. “As mulheres s�o a bola da vez”, afirmou.
Conforme L�cia Garcia, coordenadora nacional da Pesquisa Nacional de Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese), do Minist�rio do Trabalho e Emprego, a situa��o do p�blico feminino no Brasil, principalmente no ambiente metropolitano, mudou drasticamente desde a d�cada de 1990. Ela explicou que, nos �ltimos 20 anos, o crescimento da renda, o aquecimento do mercado de trabalho e os investimentos em educa��o das mulheres est�o em ascend�ncia. “Hoje, somos metade da for�a de trabalho urbana do pa�s”, destacou.
Apesar das melhorias, a pesquisadora ressaltou que as mulheres t�m sal�rios menores que os dos homens e ainda s�o uma exce��o em postos de chefia em empresas e governos. Mas uma pesquisa do Sebrae mostra que elas j� s�o 49,6% dos empreendedores individuais do pa�s. E empreender foi a salva��o da mineira Maria Jos� de Lima Freitas, a Maz�, de Carm�polis de Minas, Sul do estado. Desempregada, depois de demitida de uma ag�ncia banc�ria, onde trabalhava como faxineira, Maz� decidiu utilizar as t�cnicas aprendidas com a m�e para produzir doces caseiros. Hoje � dona de uma empresa que emprega 20 pessoas e produz, em m�dia, 10 toneladas de doces pr�-fabricados por m�s.
Mais espa�os
E elas conquistam cada vez mais espa�os antes reservados aos homens. Pela primeira vez, uma mulher assume a chefia de pilotos da Unidade de Opera��es de Helic�pteros da L�der T�xi A�reo. Patr�cia Kawasaki foi promovida no fim de 2012 e isso implica, segundo ela, n�o somente estar � frente do treinamento de pilotos, como garantir toda a seguran�a das opera��es: “� sem d�vida um trabalho repleto de desafios, mas que traz satisfa��o pessoal, j� que a empresa me proporcionou a oportunidade de construir carreira na avia��o. Hoje tenho carteira de comando em quatro modelos de helic�pteros”.
Esm�nia da Consola��o de Souza Resende trabalha h� um ano e meio como operadora da Ferrous, na mina Viga, em Congonhas (MG). Ela acredita que, mesmo a minera��o sendo uma atividade com maior presen�a masculina, o preconceito contra as mulheres � coisa do passado. “Quando eu comecei a trabalhar como motorista em Viga, percebi que algumas pessoas estranhavam a situa��o, mas hoje � bem diferente. Todos me respeitam muito.”
Empreendedoras
A participa��o das mulheres no empreendedorismo no Brasil saltou de 42% do total em 2002 para 49,6% no ano passado. Em n�meros, dos 27 milh�es de empreendedores no pa�s, 13 milh�es eram mulheres. Em Minas Gerais, de acordo com pesquisa do Sebrae Minas, 33% das micro e pequenas empresas s�o comandadas por elas. Segundo a pesquisa, em Minas � maior o n�mero de mulheres (36%) que tem ensino superior completo ou p�s-gradua��o do que de homens (31%). Em rela��o � faixa et�ria, mais da metade (52%) delas tem entre 31 e 50 anos. As empresas comandadas por mulheres t�m em m�dia cinco funcion�rios, enquanto no caso dos homens a m�dia � de sete empregados. Dos estabelecimentos administrados por elas, 44% faturam entre R$ 60 mil e R$ 180 mil.