O presidente do grupo AES Brasil, Britaldo Soares, disse que a decis�o do governo federal de usar os recursos da Conta de Desenvolvimento Econ�mico (CDE) resolveu os problemas que estavam pressionando o caixa das distribuidoras para 2013. "A medida resolve a quest�o do custo do despacho t�rmico n�o reconhecido na tarifa, a subcontrata��o de energia e o risco hidrol�gico", afirmou o executivo, durante evento promovido pela AES Tiet�.
O uso da CDE para socorrer financeiramente as distribuidoras foi anunciado na �ltima sexta-feira, em decreto publicado no Di�rio Oficial da Uni�o (DOU). Embora o texto do decreto diga mais explicitamente que os recursos da CDE ser�o usados para cobrir o despacho das t�rmicas por quest�es de seguran�a (ou seja, fora da ordem de m�rito), Soares disse que o entendimento da companhia � de que o encargo tamb�m ir� cobrir o despacho t�rmico cujo custo n�o foi reconhecido nas tarifas fixadas pela Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel).
"O decreto tamb�m diz que a CDE ser� usada para cobrir parcial ou integralmente o saldo positivo da CVA (conta gr�fica) das distribuidoras. Na realidade, isso visa diminuir o impacto no reajuste tarif�rio e, consequentemente, na infla��o", disse o executivo. A CVA � o instrumento no qual s�o apuradas as diferen�as entre os valores fixados nas tarifas de distribui��o pelo regulador e os custos reais incorridos pelas empresas.
Entre as distribuidoras, a AES Eletropaulo era uma das que mais aguardavam o pacote de medidas do governo para socorrer o setor. No quarto trimestre de 2012, a empresa excedeu os seus covenants financeiros em raz�o da press�o de custos sobre o caixa, e uma nova ultrapassagem nesse primeiro trimestre de 2013 levaria ao pagamento antecipado de d�vidas. Soares, no entanto, evitou dizer se o pacote de medidas evitar� nova viola��o do limite de alavancagem.
"O que podemos dizer � que a solu��o anunciada pelo governo traz flexibilidade na gest�o e fortalece a liquidez da AES Eletropaulo", comentou o executivo. Apesar do pacote do governo, a distribuidora convocou, na �ltima segunda-feira, uma assembleia geral dos debenturistas para o dia 26 de mar�o com o objetivo de alterar os covenants financeiros das deb�ntures. "Como administrador de uma empresa, temos de nos antecipar ao que est� se passando. N�o pod�amos jogar esse jogo com apenas uma carta na m�o (pacote do governo)", afirmou o executivo.