Anglo anuncia solu��o para impasses do Minas-Rio

A multinacional de origem sul-africana Anglo American come�a a planejar as etapas de teste e montagem dos equipamentos de minera��o do megaprojeto batizado de Minas-Rio, que vai produzir 26,5 milh�es de toneladas por ano de min�rio de ferro numa etapa inicial em Concei��o do Mato Dentro, na Regi�o Central de Minas Gerais. Depois de vencer a resist�ncia de ambientalistas e os obst�culos criados em tr�s a��es civis p�blicas, que atrasaram em um ano a entrada em opera��o do empreendimento, a companhia chegou � fase de pico das obras de implementa��o nos dois estados. As frentes de servi�os empregam 11,5 mil trabalhadores com contrato tempor�rio, contingente que deve alcan�ar 15 mil neste ano, informou ontem o presidente da Unidade de Neg�cio Min�rio de Ferro Brasil da Anglo American, Paulo Castellari Porchia.

O executivo confirmou a previs�o do primeiro embarque de ferro no fim de 2014 e o or�amento j� revisado de US$ 8,8 bilh�es, em decorr�ncia das dificuldades de viabilizar o projeto no cronograma original que previa o fornecimento da mat�ria-prima a partir de dezembro. Para cumprir o novo prazo, Paulo Castellari e sua equipe esperam transformar as atuais licen�as de instala��o (LI) em licen�as de opera��o (LO) at� o come�o do pr�ximo ano sem enfrentar tantas complica��es quanto no passado.

O �ltimo obst�culo foi a anu�ncia obtida pela mineradora � constru��o de uma linha de transmiss�o de energia el�trica para atender a planta de tratamento de min�rio. De acordo com o diretor de Recursos Humanos e Sustentabilidade da Anglo, Pedro Borrego, os pedidos das licen�as de opera��o ser�o feitos em outubro para que n�o haja mais impactos sobre o cronograma. A Anglo trabalha amparada em quatro licen�as de instala��o, de mina, planta de beneficiamento, mineroduto de 525 quil�metros, que corta 32 munic�pios, e porto. Cerca de 90% das condicionantes legais exigidas foram cumpridas ou est�o em andamento.

Baixo custo

A garantia de sucesso do empreendimento, a despeito dos desafios que a empresa reconhece estar enfrentando, segundo Paulo Castellari, est� no baixo custo de produ��o de um min�rio de qualidade premium, com 67,5% de teor de ferro. O material ser� produzido a US$ 30 por tonelada e chegar� aos clientes chineses, que v�o absorver um quarto do volume total, por US$ 50/tonelada. O pre�o m�dio da tonelada da mat�ria-prima em janeiro e fevereiro foi estimado em US$ 125,90, com base no �ndice americano Platts que reflete os neg�cios na China. “� um projeto muito bem posicionado na curva de custos e que vai nos colocar de forma muito competitiva no mercado”, disse o executivo.

A Anglo j� tem contratos de longo prazo negociados para vender 50% da produ��o no Oriente M�dio, al�m de 25% na China, e negocia o fornecimento a um empresa no Brasil de outro quarto do volume total. Castellari v� um cen�rio de demanda firme da mat�ria-prima na China, embora comungue da perspectiva de os pre�os se estabilizarem em n�veis inferiores aos atuais. A estimativa do custo de produ��o do min�rio de Concei��o do Mato Dentro embute despesa a maior com o pagamento de royalties pela explora��o da mat�ria-prima, prevendo o dobro da al�quota atual para o ferro, como pedem os prefeitos das cidades mineradoras. O escoamento ser� feito pelo mineroduto at� o terminal pr�prio da Anglo no Porto do A��, em S�o Jo�o da Barra, no Rio de Janeiro, onde a empresa � s�cia do bilion�rio Eike Batista.