O movimento do com�rcio, que vinha apresentando crescimento acima de 8% nos primeiros trimestres de 2012 e 2011, mostrou uma desacelera��o e fechou os tr�s primeiros meses deste ano com expans�o de apenas 3,1% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado. Os n�meros foram divulgados nesta quinta-feira, 18, pela Boa Vista Servi�os, administradora do Servi�o Central de Prote��o ao Cr�dito (SCPC), e levam em conta a quantidade de consultas efetuadas � base de dados da Boa Vista.
Para Fl�vio Calife, economista do �rg�o, apesar dessa redu��o do crescimento o cen�rio n�o pode ser considerado negativo. "� um cen�rio de acomoda��o, depois de um crescimento acelerado", explica. "Mesmo com crescimento menor, o setor deve ter expans�o maior do que o de v�rios outros da economia."
Para o ano, a estimativa da Boa Vista � de que o com�rcio cres�a por volta de 5%. Em 2012, o segmento fechou o ano com expans�o de 7,3% e, em 2011, com 7,9%. "No ano passado, nesta �poca do ano, estim�vamos expans�o de aproximadamente 5,5%. Pode ser que a gente se surpreenda novamente."
A desacelera��o do com�rcio, segundo o economista, pode ser explicada por fatores como a confian�a do consumidor, que vem caindo, ou o desempenho do setor supermercadista, que cresceu 5,3% neste trimestre, metade praticamente da expans�o de 10,5% dos tr�s primeiros meses de 2012 ante igual per�odo de 2011. "O setor supermercadista representa quase 50% do movimento do com�rcio."
Segundo economista, o setor, apesar de sua import�ncia, n�o � determinante para apontar um cen�rio de retra��o da economia como um todo. "O com�rcio impacta em 10% ou 12% do PIB", afirmou. Em mar�o, o indicador de movimento do varejo cresceu 0,1% na compara��o com fevereiro, retirados os efeitos sazonais. J� na varia��o dos �ltimos 12 meses, encerrados em mar�o deste ano, houve avan�o de 5,6% em rela��o aos 12 meses terminados no mesmo m�s de 2012.
Segmentos
O segmento de m�veis e eletrodom�sticos foi o �nico que contribuiu negativamente em mar�o, registrando um decl�nio de 0,8% sobre o m�s imediatamente anterior, com os ajustes sazonais � s�rie. No trimestre, o movimento no segmento teve queda de 0,7% ante os tr�s primeiros meses de 2012.
O segmento com maior varia��o positiva foi o de combust�veis e lubrificantes, que se recuperou da queda do m�s anterior e subiu 0,5% em rela��o a fevereiro - expurgados os efeitos sazonais. O crescimento acumulado do indicador nos �ltimos 12 meses foi de 6,7% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado.
Inadimpl�ncia e juros
O registro de inadimplentes caiu 5,6% no primeiro trimestre do ano na compara��o com o mesmo per�odo de 2012. Em rela��o ao trimestre imediatamente anterior a queda foi de 3,4%. Segundo Calife, os n�meros mostram um tend�ncia de queda para o ano. "Trabalhamos hoje com um crescimento menor dos registros, em torno de 1% para o fim de 2013", afirma.
O economista da Boa Vista afirmou que a recente alta da taxa b�sica de juros n�o deve mudar as expectativas em rela��o ao registro de inadimplentes. Ao comentar a decis�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) de elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 7,50% ao ano, Calife explicou que essa altera��o era esperada e j� levada em conta nas proje��es. "Trabalhamos com esse cen�rio, acreditamos em pequenos ajustes at� o fim do ano", afirmou, ressaltando que trabalha com a estimativa de uma taxa de 7,75% ou at� 8% no fim de 2013
O diretor de Inova��o e Sustentabilidade, Fernando Cosenza, complementou que a a��o do Banco Central (BC) veio em boa hora. "Muitas vezes a infla��o pode ser pior do que o aumento de juros, principalmente a infla��o de servi�os, pois ela deteriora o poder de compra das fam�lias e acaba refletindo mais na inadimpl�ncia", explicou.