As exporta��es e importa��es brasileiras desabam, tem um desempenho em 2012 bem abaixo da m�dia mundial e o pa�s reduz sua participa��o no com�rcio mundial. Dados divulgados nesta quarta-feira pela Organiza��o Mundial do Com�rcio revelam que, por conta da crise europeia, as vendas brasileiras ao mundo sofreram uma contra��o de 5% no ano passado, resultado bem pior que o dos demais emergentes e do resto do mundo.
O protecionismo brasileiro e a desacelera��o do crescimento tamb�m tiveram sua repercuss�o: as importa��es ao Pa�s despencaram a n�veis bem mais profundos que dos demais emergentes e o Pa�s caiu no ranking dos maiores importadores.
No geral, a OMC apresentou uma dr�stica revis�o para baixo das perspectivas de crescimento do com�rcio em 2013, em mais um sinal claro da dificuldade da economia mundial em sair de sua crise. A contra��o do PIB na Europa, a maior importadora do mundo, afetou a todos e continuar� a impactar os exportadores nos pr�ximos dois anos.
Com US$ 257 bilh�es em vendas, o Brasil se manteve na 22ª posi��o entre os maiores exportadores mundial, com meros 1,3% do com�rcio mundial em 2012. Mas, em 2011, o Brasil representava 1,4% das exporta��es do mundo.
No ano, o Brasil caiu em 5% em vendas, contra uma m�dia mundial se mantendo estabilizada. O resultado de 2012 contrasta com a expans�o dos �ltimos anos. A m�dia entre 2005 e 2012 foi de um crescimento de 11% em valores nas vendas nacionais, bem acima da m�dia mundial de apenas 8%. Em 2010, as vendas subiram em 32%, contra 27% de expans�o em 2011. Agora, registrou uma contra��o.
Em volumes, as vendas nacionais tiveram um crescimento de 3,1% em 2011. Mas, em 2012, enquanto o mundo cresceu em 2%, o Brasil sofreu uma contra��o de 1,3%, numa prova que a balan�a comercial nacional dependia dos pre�os das commodities e que acabaram caindo.
Para Coleman Nee, economista da OMC, o resultado no Brasil tem uma rela��o direta com a crise na Europa e seu impacto na China. “O motor da contra��o tem sido a Europa, afetando n�o apenas aqueles pa�ses que vendem para o mercado europeu, mas tamb�m aqueles que vendem mat�rias-primas para a China que, por sua vez, exportam produtos acabados para a Europa”, disse. O Brasil seria um desses casos.
Protecionismo
O Brasil tamb�m teve um resultado nas importa��es abaixo da m�dia mundial. Se o resultado global foi uma estagna��o, as importa��es do Brasil registraram uma contra��o de 2% em valores. Em volume, a contra��o no Brasil foi de 2,1%. Em m�dia, os pa�ses emergentes tiveram uma expans�o em importa��es de 4,6%. Questionado se o protecionismo brasileiro contribuiu para esse resultado, Nee apenas disse: “certamente essas medidas n�o ajudaram a aumentar o com�rcio”. O resultado acabou fazendo o Brasil perder uma posi��o no ranking dos maiores importadores, caindo da 21ª para a 22ª posi��o mundial.
Estagnados
Para o restante do mundo, a OMC apresentou previs�es dram�ticas para 2013. No ano passado, a entidade havia alertado para um crescimento de apenas 4,5% no com�rcio mundial em 2013, abaixo da m�dia dos �ltimos 7 anos de 8%. A previs�o foi reduzida no final do ano para 3,7%. Agora, com a situa��o na Europa se deteriorando rapidamente e a dificuldade de pa�ses emergentes em compensar a recess�o nos pa�ses ricos, a nova previs�o aponta para um aumento do com�rcio de meros 3,3% em valores. Em volume, o com�rcio mundial n�o cresceu.
Os resultados de 2012 tamb�m foram revistos para baixo. Em setembro, a OMC havia indicado que a expans�o havia sido de 2,5%. Agora, o resultado final foi um crescimento de apenas 2%. Outra constata��o � o distanciamento cada vez maior da China como maior exportadora do mundo, mesmo diante da crise na Europa. Em 2012, Pequim terminou com 11,2% das vendas mundiais, mais de um ponto porcentual a mais que em 2011, com US$ 2 trilh�es. Em 2012, as vendas subiram em 8%.
O segundo lugar ficou com os EUA, com 8,4% das exporta��es mundiais, seguido pela Alemanha, com 7,7% das vendas no mundo.