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Estado de Minas

PIB forte alimenta a infla��o

Expectativa de alta de 0,8% no Produto Interno Bruto do primeiro trimestre � vista como positiva, mas reflete em aumento do custo de vida e na diminui��o dos neg�cios do varejo


postado em 16/05/2013 06:00 / atualizado em 16/05/2013 07:39

Bras�lia – Com a retomada gradual da atividade econ�mica, a infla��o desafia o Banco Central (BC) e imp�e uma fatura pesada aos brasileiros: um custo de vida persistentemente alto e no limite de toler�ncia. Esse cen�rio refor�a a estrat�gia do BC de elevar a taxa b�sica (Selic) mesmo em um mundo onde os juros reais s�o negativos e crescer se tornou um privil�gio de poucas na��es. O IBC-Br, um indicador que tenta antecipar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e � determinante para as decis�es de pol�tica monet�ria, ser� divulgado hoje pelo BC. A expectativa � de que ele fique em torno de 0,8% no primeiro trimestre, resultado que, se confirmado, indica que o pa�s avan�ou em ritmo superior � sua capacidade neste in�cio de 2013 — ou seja, a melhora da economia alimentou a carestia.

Caso a previs�o do mercado se concretize, o crescimento no per�odo ter� sido mais que o dobro da m�dia trimestral de 2012. Um n�mero que, anualizado, representa uma taxa de crescimento pr�xima de 4%. Esse desempenho, que pode ser comemorado devido a robustez, � visto, por�m, como um risco para o custo de vida. O pr�prio diretor de Pol�tica Econ�mica do BC, Carlos Hamilton Ara�jo, em discurso recente, chamou a aten��o para o PIB potencial do Brasil, que, nas palavras dele, gira atualmente em torno de 3% ao ano.

Hamilton argumentou que h� riscos em avan�ar acima desse ritmo, o que, segundo especialistas, significa que o pa�s tem um n�vel de consumo muito superior � capacidade de oferta. Essa condi��o favorece a eleva��o de pre�os. “Se esse n�vel de crescimento acima do potencial perdurar por um per�odo longo, teremos problemas com a infla��o. Muitos segmentos da economia t�m observado redu��o das margens devido ao aumento de custos e isso pode chegar ao consumidor”, argumentou Mauro Schneider, economista-chefe da CGD Securities.

Para especialistas, apesar de alguma recupera��o da atividade no primeiro trimestre, os dados da economia t�m se mostrado contradit�rios em algumas situa��es e oscilado muito. O desempenho da ind�stria, por exemplo, troca bons meses por ruins. As exporta��es do segmento registram quedas seguidas enquanto as importa��es, eleva��o recorde. O setor produtivo brasileiro perdeu a capacidade, na avalia��o de analistas, de concorrer no mercado internacional e est� pagando o pre�o por n�o ter apostado em inova��o e qualifica��o da m�o de obra. O segmento ainda sofre com a crise internacional, que atrapalha o com�rcio com outros pa�ses. A Europa, um dos destinos dos produtos do Brasil segue em recess�o.

BOM E RUIM “Esse crescimento do PIB n�o parece nada gradual, pelo contr�rio, um n�mero em torno de 1% � muito forte”, observou Jankiel Santos, economista-chefe do Espirito Santo Investment Bank. Com um crescimento mais intenso, o custo de vida tem resistido em n�vel elevado. O �ndice de Pre�o ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril registrou alta acima do esperado por especialistas e, no acumulado de 12 meses, apesar de ter recuado para um n�vel ligeiramente abaixo do teto da meta de infla��o, para 6,49%, permaneceu muito pr�ximo do que � considerado toler�vel.

Essa piora no custo de vida tem batido no varejo e, apesar de o setor ter registrado queda no volume de vendas em mar�o, o faturamento n�o foi travado. De acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), enquanto as vendas do com�rcio ficaram praticamente est�veis no primeiro trimestre (recuo de 0,2%, o primeiro desde 2008), as receitas do setor cresceram 0,9%. Na pr�tica, os lojistas venderam menos, mas continuaram com a expans�o dos lucros.


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