A produ��o de autom�veis no m�s abril foi favorecida pela manuten��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em um patamar inferior, avaliou, nesta ter�a-feira, 4, o gerente da coordena��o da Ind�stria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), Andr� Macedo. Tamb�m pesou sobre o resultado segundo ele, a melhora da produ��o de autope�as, que acabou impulsionando todo o setor. Macedo ressalta ainda que a melhora do setor automotivo puxa outros segmentos e por isso tem a capacidade de influenciar positivamente uma grande parcela da ind�stria.
Em abril, a produ��o de automotores cresceu 8,2% em rela��o a mar�o. Foi a maior alta desde mar�o de 2012 (10,6%). Comparado a abril de 2012, os ve�culos automotores ocupam a primeira coloca��o entre as principais altas da ind�stria, com crescimento de 23,9%.
Segundo Macedo, a produ��o industrial de abril revela um cen�rio positivo no setor, mas � necess�rio aguardar o resultado do pr�ximo m�s para afirmar que a ind�stria entrou definitivamente em recupera��o.
Ele destaca que alguns dados pr�vios sobre o comportamento do setor comprometem as expectativas para maio, como a sondagem da confian�a da Funda��o Getulio Vargas (FGV) e os dados de vendas de autom�veis da Federa��o Nacional da Distribui��o de Ve�culos Automotores (Fenabrave).
"At� abril, me parece um quadro muito bom para a produ��o da ind�stria. At� mar�o, a gente n�o conseguia visualizar com clareza esse saldo positivo. Mas o que tem de indicador antecedente para maio nos faz ter cautela com o que esperar para maio", afirmou. Ainda assim, ele ressalta que o resultado de abril � melhor do que o do ano passado. "Mas os dados de maio dar�o uma ideia melhor de como caminhar� a ind�stria daqui para frente", afirmou.
ABC Brasil
Na avalia��o de Mariana Hauer, economista do Banco ABC Brasil, mesmo forte, o resultado da produ��o industrial em abril ainda n�o permite falar em retomada da ind�stria ou revisar as proje��es para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. "Precisamos esperar os pr�ximos dados para ver se realmente foi uma recupera��o ou algo isolado. Ainda n�o d� para olhar de novo para (proje��o de) o PIB, � cedo".
A alta de 1,8% na produ��o industrial em abril ante mar�o veio acima da proje��o da institui��o (de 1,2%) e do teto das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Proje��es (1,70%). "Teve uma surpresa pela magnitude, mas a produ��o de bens de capital j� vinha subindo e j� era esperado que apresentasse um crescimento mais forte nesse m�s", disse Mariana. A produ��o de bens de capital cresceu 8,2% na margem.
A economista destaca tamb�m o "efeito calend�rio", que contribuiu para a alta de 8,4% na produ��o industrial na compara��o com abril de 2012. O maior n�mero de dias �teis no mesmo m�s neste ano teria colaborado para o resultado. "Al�m disso, o m�s de abril de 2012 foi ruim, a base estava baixa. Na compara��o � f�cil ver um dado forte destoante."
Tend�ncias
Para a Tend�ncias Consultoria, a recupera��o da produ��o industrial ao longo de 2013 deve ocorrer em ritmo moderado, como sugerem "sinais dos indicadores de confian�a", e, mesmo diante de um resultado mais forte que o esperado em abril, manteve a proje��o para o ano de crescimento de 2,3%.
Segundo nota da consultoria, assinada pelo economista Rafael Bacciotti, "o �ndice de difus�o - porcentual de atividades que tiveram aumento na produ��o - veio melhor (de 55,6% em mar�o para 66,7% em abril) - e mostra que o aumento da PIM (Produ��o Industrial Mensal) em abril aconteceu de maneira mais generalizada entre os setores de atividade".
A Tend�ncias destacou como principais contribui��es positivas a produ��o de ve�culos automotores (8,2%), o setor de m�quinas e equipamentos (7,9%) e alimentos (4,8%).
"Entre as atividades que reduziram a produ��o no per�odo, destaque para bebidas (-5,9%) e material eletr�nico, aparelhos e equipamentos de comunica��es (-6,5%), que reverteram as taxas positivas do m�s anterior", escreveu Bacciotti.