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Estado de Minas

Segunda-feira foi dia pesado para quem precisou passar pelas estradas mineiras

Caminhoneiros em greve e manifestantes que pegaram carona no movimento deixam principais rodovias mineiras congestionadas. Liminar obtida pelo governo impede interdi��o de pistas


postado em 02/07/2013 06:00 / atualizado em 02/07/2013 08:09

(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Interdi��o com fogo, longos congestionamentos, amea�as, bate-boca e depreda��o. As principais rodovias que cortam Minas, que j� haviam sido palco de protestos generalizados nas duas �ltimas semanas, foram ocupadas ontem por caminhoneiros em greve nacional. Moradores cobrando melhorias locais e categorias, como cafeicultores, pegaram carona no movimento dos transportadores de carga e ampliaram o caos nas estradas. Foram 12 rodovias interditadas no estado, o maior n�mero no pa�s, segundo a Pol�cia Rodovi�ria Federal. O governo  obteve liminar na Justi�a Federal que pro�be o bloqueio das rodovias, inclusive com multa de R$ 10 mil por hora aos respons�veis. A Advocacia-Geral da Uni�o informou que caber� � PRF desobstruir as estradas.

O primeiro dia de greve come�ou com grande n�mero de caminh�es parados, principalmente na 381 e na 040, com congestionamentos que chegaram a 16 quil�metros. A paralisa��o foi convocada em todo o pa�s pelo Movimento Uni�o Brasil Caminhoneiro (MUBC). O presidente da entidade em Minas, Geraldo Eug�nio de Assis, disse que a categoria reivindica aprova��o imediata de projeto de lei que aprimora a Lei 12.619/12 (Lei do Descanso), em discuss�o no Congresso, reduzindo o tempo de descanso de 11 para oito horas di�rias, al�m da redu��o de tributos no �leo diesel e isen��o de pagamento do ped�gio para ve�culos de carga. A previs�o � de que a paralisa��o se estenda at� as 6h de quinta-feira.

Assis garantiu que a ades�o � espont�nea: “Todo mundo est� aqui porque quer. Trabalham com o transporte rodovi�rio e t�m os mesmos problemas com �leo diesel e ped�gio”. Mas, segundo motoristas que deixaram caminh�es �s margens da Fern�o Dias, em Igarap�, na Grande BH, grupos de manifestantes obrigaram muitos caminhoneiros a parar. Quem tentou furar o bloqueio foi alvo de xingamentos e at� de pedradas.

Durante a manh�, um grupo de grevistas permaneceu pr�ximo ao canteiro central no km 513, abordando motoristas dos ve�culos de carga e convencendo-os a parar. Depois de viajar por v�rias horas desde a Para�ba, Jos� Maria Carvalho, de 56 anos, tamb�m se uniu � fila que se formou em Igarap�, ap�s ter o retrovisor esquerdo quebrado por uma pedra. “Vinha devagar e ia parar, mas pensaram que eu ia seguir e come�aram a jogar pedras”, disse.

O caminhoneiro Alair Pereira, de 41, defende a greve e estava entre os que tentavam aumentar a ades�o ao movimento. “Estamos lutando por nossos direitos. A classe est� muito desvalorizada e os caminhoneiros t�m de se unir”, disse.

Na maioria das estradas houve interdi��o apenas para ve�culos de carga, e os outros autom�veis circulavam pela faixa da esquerda sem enfrentar reten��es. Mas Nova Lima e Governador Valadares, as pistas chegaram a ficar completamente fechadas e a Pol�cia Rodovi�ria Federal negociou a libera��o parcial. A PRF informou que o acordo com os caminhoneiros era para que as rodovias n�o fossem totalmente fechadas.


MORADORES A greve dos caminhonheiros ganhou corpo com manifesta��es de moradores em v�rios trechos, como na 381, em Betim, e na 040, em Congonhas. As pistas foram fechadas totalmente para cobrar mais seguran�a, como instala��o de passarelas. No distrito de Pires, em Congonhas, manifestantes queimaram pneus e lenha e pediram para que os radares  na baixada sejam removidos ou remanejados para evitar acidentes. Eles querem tamb�m constru��o da passarela para ir ao Bairro de Mota, do outro lado da 040, em Ouro Preto. Foram pelo menos oito quil�metros de congestionamento em cada sentido.

A vendedora Beatriz Firmino, de 32 anos, contou que a sobrinha, Nat�lia Silva, de 26, morreu atropelada por uma carreta em 2011. “Cansamos de perder parentes e amigos. Resolvemos incomodar o governo para ver se algo ocorre”, disse. Muitas pessoas que vivem e trabalham por perto tiveram de deixar seus carros ou desistir de pegar �nibus. � noite, os caminhoneiros terminaram o protesto, mas os moradores continuaram a fechar o trecho. A pol�cia chegou para evitar confus�o.

O tr�fego na 040 ficou parado tamb�m no trecho de Nova Lima, na Grande BH. Caminhoneiros interditaram a rodovia na altura do trevo de acesso a Ouro Preto (km 580). At� o in�cio da tarde, os manifestantes deixaram os carros seguirem viagem, parando apenas caminh�es e carretas. Depois, fecharam totalmente a pista at� por volta das 16h, quando o tr�fego passou a ser liberado aos poucos. �s 17h30 o protesto terminou e a pista foi liberada. Hoje, segundo a PRF, a expectativa � de que ocorra novo protesto. Foram 16 quil�metros de congestionamento.

Os caminhoneiros Alexandro Ramos Domingos, de 38, e Erlindo Jos� dos Reis, de 62, prestam servi�o para uma cervejaria em Teres�polis (RJ). Chegaram no domingo a Contagem para descarregar e j� sabiam que a volta seria complicada. Eles apoiam a greve: “Concordo, desde que deixem os carros passarem. A manifesta��o tem de ser pac�fica, mas tem que ser feita. As coisas precisam mudar”.


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