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Estado de Minas

Constru��o civil tem desempenho fr�gil no pa�s inteiro

Dados do Minist�rio do Trabalho e Emprego colocam o setor na lanterna no ranking de gera��o de vagas no m�s passado


postado em 24/07/2013 06:00 / atualizado em 24/07/2013 07:30

"Por agora, n�o quero voltar a trabalhar como pedreiro", afirma Jo�o Ventura Filho, desempregado
Enquanto o Brasil criou 123.836 vagas de trabalho em junho deste ano, com expans�o de 0,31% nas contrata��es formais na compara��o com o m�s anterior, alguns dos setores de atividade econ�mica que contribuem para a medi��o apresentaram resultados bastante inferiores. Entre eles, a constru��o civil, que teve o pior desempenho e cresceu apenas 0,07%, sendo respons�vel por 2.092 do total de vagas geradas no pa�s. Os dados s�o do Minist�rio do Trabalho e Emprego, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem.


Se comparados com os resultados de maio, quando 1.877 vagas foram cortadas e houve queda de 0,06% nas contrata��es, o desempenho da constru��o em junho foi melhor, mas levando-se em conta o resultado do mesmo m�s do ano passado, quando foram criados 4.244 postos, o setor recuou cerca de 50,7%. Em Minas Gerais, onde foi registrado saldo l�quido de empregos de 28.064 vagas e crescimento de 0,66% na compara��o com o m�s anterior, a constru��o civil teve o quarto pior desempenho entre os setores.

No balan�o da constru��o civil, as demiss�es superaram as contrata��es em 187 postos de trabalho, representando queda de 0,05%. No estado, a eleva��o foi justificada principalmente pela agropecu�ria, que criou 27.054 postos, sendo 21.826 relativos �s atividades de cultivo de caf�, e 3.767 vagas no setor de servi�os.

Para Pl�nio Campos, coordenador t�cnico da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Funda��o Jo�o Pinheiro, que ser� divulgada na semana que vem e abre os n�meros do mercado de trabalho de outros segmentos da constru��o civil, os resultados podem ser jutisficados pelo “humor estremecido do mercado.” “O pa�s n�o est� crescendo e, numa situa��o como essa, a tend�ncia � de que as pessoas diminuam o consumo, principalmente de bens dur�veis”, explica. Ainda de acordo com Campos, h� uma not�vel “acomoda��o do mercado imobili�rio, que faz com que o �mpeto da constru��o civil seja diminu�do.”

Copa do mundo

O professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em mercado de trabalho M�rio Rodarte explica que os n�meros apontam a dificuldade de a m�o de obra constru��o civil seguir crescendo em um momento em que grandes projetos, como os relativos � Copa, j� foram encerrados. “As empresas contrataram bastante nos anos anteriores, mas agora as pessoas contratadas, mesmo em um n�mero menor, est�o dando conta dos projetos que essas empresas t�m nas m�os”, diz. M�rio lembra ainda o crescimento t�mido de 1,9% nas contrata��es do setor, nos �ltimos 12 meses. “Uma coisa � crescer depois de um per�odo de crise, mas manter o crescimento depois do crescimento � algo que n�o � trivial”, refor�a.

No resultados colhidos para o pa�s, depois da constru��o civil, o segundo pior resultado foi o da ind�stria de transforma��o, que gerou 7.922 postos, com crescimento de apenas 0,09%, seguido do com�rcio, com 8.330 postos, que cresceu 0,9%. J� a agricultura, pelo segundo m�s consecutivo, liderou as aberturas de vagas formais, com 59.019 postos, crescimento de 3,65%. O setor de servi�os cresceu 0,27%, com um saldo l�quido de empregos formais de 44.022, mostrando rea��o em rela��o ao m�s anterior, quando 21.154 postos foram gerados.

CNI registra retra��o

Na sala de espera do Sindicato dos Trabalhadores na Constru��o de Belo Horizonte, nenhuma dificuldade para encontrar profissionais assinando a rescis�o de seus contratos de trabalho. O pedreiro Jo�o Ventura Filho foi dispensado pela primeira vez, depois de 17 anos na profiss�o. Ele trabalhava para uma construtora, que finalizou a obra em que ele atuava. “Por agora, n�o quero voltar a trabalhar como pedreiro”, diz.

A atividade da constru��o civil no Brasil continuou a se retrair em junho, acompanhando o enfraquecimento da atividade econ�mica, segundo a pesquisa “Sondagem da Ind�stria da Constru��o”, divulgada ontem pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI). A entidade informou que o indicador, que mede o n�vel de atividade do setor, caiu para 44,3 pontos em junho, contra 46,9 pontos em maio. O �ndice vai de zero a cem pontos e resultados abaixo de 50 indicam retra��o. O n�vel de atividade do setor da constru��o n�o cresce desde mar�o de 2012 e desde dezembro apresenta retra��o.

“H� alguns meses a constru��o vem mostrando retra��o, o que se intensificou em junho”, afirma Danilo Garcia, economista da CNI e respons�vel pela pesquisa. Como o setor trabalha com per�odos mais longos, de dois anos, diz, tem mais dificuldades para se adaptar em cen�rios negativos. A constru��o civil em rela��o � usual para o m�s ficou em 42,3 pontos em junho, o que demonstra atividade menor do que o normal para o m�s. Esse � o pior resultado da s�rie, que se iniciou em 2009. Em maio, esse indicador apontava 44,8 pontos.

Reflexo da queda da atividade, o indicador do n�mero de empregados ficou em 45,5 pontos em junho, ante 47,4 pontos em maio deste ano. Desde abril de 2012, a constru��o n�o expande o quadro de funcion�rios, segundo a CNI. A entidade observa que a redu��o no quadro de funcion�rios � disseminada entre as empresas do segmento. “O cen�rio negativo da economia leva as empresas a se adaptarem na oferta de trabalhadores”, observa Garcia.

INCERTEZAS A pesquisa da CNI mostrou que os tr�s segmentos da ind�stria – constru��o de edif�cios, obras de infraestrutura e servi�os especializados – mostram desaquecimento. O que apresenta maior retra��o � o de constru��o de edif�cios. “H� incertezas por parte do consumidor em rela��o ao futuro, o que prejudica sua disposi��o a assumir financiamentos de longo prazo”, diz o economista.

O desempenho negativo da ind�stria da constru��o em junho levou os empres�rios do setor a reduzir o otimismo em rela��o � atividade de suas empresas para os pr�ximos seis meses. Apesar de o indicador de julho ter atingido 54,6 pontos, o que demonstra esperan�a de retomada na atividade, esse � o menor resultado desde o in�cio da s�rie, em 2009. Em junho, o �ndice foi de 55,9 pontos.


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