A construtora mineira Andrade Gutierrez come�a hoje as obras de terraplenagem e funda��es do plat� que vai abrigar a usina de tratamento de min�rio de ferro desenhada para atender ao megaprojeto S11D da Vale em Cana� dos Caraj�s, no Sudeste do Par�. Com or�amento de US$ 19,7 bilh�es (com base no c�mbio de R$ 2 por d�lar), o empreendimento � considerado o maior em implanta��o na ind�stria mineral de ferro no mundo, contemplando a maior mina em capacidade inicial de produ��o do planeta, planejada para 90 milh�es de toneladas por ano.
As tamb�m mineiras Usiminas e Usiminas Mec�nicas trabalham nas obras j� iniciadas de montagem eletromec�nica fora dos limites da Floresta Nacional de Caraj�s. Os valores dos contratos n�o foram divulgados. O primeiro canteiro de obras emprega 5.200 pessoas de um contingente que dever� chegar a 9 mil pessoas em 2015, ano de pico da constru��o de in�cio dos testes da opera��o. A nova reserva inaugura a minera��o na por��o Sul da Serra de Caraj�s, com uma estimativa de 10 bilh�es de toneladas em reservas provadas e recursos ainda a ser confirmados. O projeto contempla mina, plantas de processamento, expans�o da Ferrovia de Caraj�s e do porto de S�o Lu�s (MA).
Ao detalhar o projeto, o diretor de Projetos Ferrosos Norte da Vale, Jamil Sebe, confirmou que o empreendimento re�ne o volume expressivo de min�rio �s vantagens da qualidade Premium – trata-se de min�rio rico do tipo hematita, com 66,5% de teor de ferro – �s vantagens da localiza��o, na borda da Floresta Nacional de Caraj�s, o que diminui o impacto ambiental.
“Para crescer e dar o salto de produ��o que a companhia espera, n�o h� outra oportunidade como a de Caraj�s. S� aqui temos min�rio na qualidade e quantidade para isso”, afirmou Jamil Sebe. A produ��o de Caraj�s dever� crescer dos atuais 110 milh�es para 250 milh�es de toneladas anuais, contadas outras expans�es menores nos pr�ximos anos. Do total da produ��o de ferro da Vale, as reservas de Minas Gerais respondem, hoje, por 65%, ao redor de 200 milh�es e toneladas por ano.
O min�rio da nova reserva, localizada a 45 quil�metros de Cana� dos Caraj�s, ser� transportado at� a usina de beneficiamento (britagem e peneiramento) por meio de uma estrutura composta de escavadeiras e britadores m�veis, que d� condi��es de escoamento em correias transportadoras por um trajeto de 9 km. Assim, a Vale substituir� o uso tradicional dos caminh�es fora de estrada, eliminar� despesas com �leo diesel e vai reduzir, tamb�m, as emiss�es de gases do efeito estufa.
A op��o pelas correias permitiu que a usina fosse constru�da fora dos limites da Floresta Nacional de Caraj�s em �reas de pastagem, minimizando o impacto do desmatamento. H�, ainda, a inova��o proporcionada pelo sistema de peneiramento a seco, que diminuiu em 93% o consumo de �gua para lavar e retirar impurezas do min�rio. Com essas solu��es, a mineradora chegar� a um custo baixo de produ��o de US$ 15 por tonelada, enquanto os projetos de concorrentes no mundo estariam girando na casa de US$ 50 por tonelada, em m�dia.
O diretor de projetos da mineradora observou que o projeto dar� vantagens � companhia num cen�rio de pre�os em baixa do min�rio de ferro no mercado internacional. “Quando os pre�os caem, sobrevive quem tem o menor custo de produ��o”, afirmou Jamil Sebe. O min�rio que ser� extra�do a partir de 2016, em fase de testes, ter� a �sia como principal destino. No canteiro j� aberto para as obras, a Vale montou a estrutura de uma cidade a 5 km de Cana� dos Caraj�s, onde est�o hospedados 1.800 trabalhadores do Par�, Minas e Goi�s. Eles t�m � disosi��o, al�m de refeit�rio, quadras de esporte, sala de cinema e academia de gin�stica, um pequeno shopping que oferece sevi�os de sal�o de beleza, lan house e o com�rcio de roupas, inclusive de marca.
(*) a rep�rter viajou a convite da Vale