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Estado de Minas

Transmiss�o de energia continua isolada no Norte


postado em 11/08/2013 10:06 / atualizado em 11/08/2013 10:09

A linha de transmiss�o Tucuru�-Macap�-Manaus � uma obra fascinante. Suas 3.351 torres, que chegam a ter 295 metros de altura - o equivalente a um pr�dio com 100 andares -, atravessam quase 1,8 mil quil�metros de selva. Mas os R$ 3,5 bilh�es investidos na constru��o tinham um objetivo ainda mais grandioso: interligar a maior parte da Regi�o Norte ao sistema el�trico nacional.

Oficialmente, a conex�o ocorreu em 9 de julho com a conclus�o da linha. Mas, na pr�tica, n�o � bem assim. O Norte segue consumindo cerca de R$ 2 bilh�es por ano para pagar o combust�vel de 27 t�rmicas. O motivo: a Amazonas Energia, distribuidora do grupo Eletrobr�s, atrasou a sua parte das obras.

O Brasil tinha dois sistemas isolados ao Norte; o Acre/Rond�nia, que foi interligado em 2009, e o Manaus/Macap�, que inclui Amazonas, Amap� e o oeste do Par�, e est� sendo interligado agora. Como o sistema local � obsoleto, ficou a cargo da Amazonas Energia a compra e a instala��o de novos equipamentos, mais potentes.

O prazo para cumprir o trabalho foi longo. Desde a licita��o at� a conex�o no m�s passado, a instala��o do linh�o levou cinco anos, tr�s a mais do que o previsto. Nesse meio tempo, a distribuidora n�o fez quase nada. Das cinco novas subesta��es previstas, s� uma foi conclu�da. De quatro linhas de transmiss�o projetadas, duas est�o em obras. Por causa do atraso, s� 10% da capacidade do linh�o � utilizada.

Como o abastecimento de energia da Regi�o Norte oficialmente deixou de ser isolado do resto do Pa�s, criou-se um impasse financeiro: os R$ 2 bilh�es gastos com a compra do combust�vel das t�rmicas deveriam ser pagos exclusivamente pelos consumidores locais. Como o mercado � diminuto, o custo poderia chegar a R$ 70 MW/h. Para as fam�lias, significaria um adicional na conta de luz de R$ 15 a R$ 20 por m�s - um valor alto, considerada a renda m�dia da regi�o.

Para as ind�strias, o custo de produ��o daria um salto ol�mpico. No Norte est�o a Zona Franca de Manaus e importantes empresas que s�o grandes consumidores de energia. A lista inclui a Vale, que tem na Amaz�nia a maior explora��o de min�rio de ferro. “O custo de produ��o aumentaria de tal maneira que poderia inviabilizar a produ��o de muitas empresas”, diz um executivo.

Para evitar o rombo local, o Minist�rio de Minas e Energia publicou em 2 de agosto uma portaria criando um regulamento diferente para o Norte. A medida determina que a regi�o, apesar de estar tecnicamente interligada ao sistema nacional, permanece subordinada �s regras do sistema isolado at� a conclus�o das obras de distribui��o. No setor, agora se diz que no Norte vigora “sistema semi-isolado” de abastecimento.

Economia suspensa. O mais grave nesse limbo t�cnico e regulat�rio � que a prometida economia de R$ 2 bilh�es vai ficar para depois - e que parte da conta ser� paga pelo Tesouro Nacional. At� o ano passado, os recursos para cobrir o custo das t�rmicas nas regi�o do sistema isolado eram cobrados na conta de luz de todos os brasileiros e depositados na Conta de Consumo de Combust�veis (CCC).

No in�cio do ano, a CCC foi absorvida por outro encargo, a Conta de Desenvolvimento Energ�tico (CDE), tamb�m cobrada na conta de luz. Como o governo prometeu reduzir o valor da energia, parte da CDE passou a ser coberta com recursos do Tesouro Nacional.

H� outra quest�o em suspenso: j� n�o � poss�vel garantir que o fim do sistema isolado vai render a prometida economia de R$ 2 bilh�es. Segundo Hermes Chipp, diretor do Operador Nacional do Sistema (ONS), que monitora o abastecimento no Pa�s, as t�rmicas ficar�o ligadas ap�s a conclus�o da interliga��o para garantir a seguran�a do abastecimento. A linha de transmiss�o feita para suportar 1.800 MW/h vai operar com 700 MW/h e picos eventuais de 900 MW/h. O restante do consumo ser� mantido pelas t�rmicas.

A prioridade ser� usar as t�rmicas a g�s. Hoje h� oito em opera��o. Mas, dependendo da demanda - local e nacional -, nada impede que sejam acionadas algumas ou todas as 19 t�rmicas a diesel e �leo combust�vel, as mais caras, cuja energia chega a custar R$ 1 mil o MW/h.


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