O real foi a moeda que mais se desvalorizou em rela��o ao d�lar este m�s. Entre os dias 1º e 19 de agosto, a moeda brasileira recuou 5,97% ante o d�lar americano, segundo levantamento do Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado. Depois do real, a vice-l�der no ranking das desvaloriza��es � a rupia, a moeda da �ndia (-4,12%).
Segundo a s�cia da consultoria Tend�ncias, Alessandra Ribeiro, entre os pa�ses emergentes, o real liderou o ranking das moedas que mais perderam valor em agosto porque, al�m da tend�ncia mundial de valoriza��o do d�lar, impulsionada pela recupera��o do Estados Unidos, as expectativas em rela��o ao Brasil pioraram. “A festa terminou e agora estamos pagando a conta, com impactos na pol�tica macroecon�mica e na pol�tica fiscal”, afirma.
A economista n�o descarta a hip�tese de que o d�lar atinja R$ 2,70 nos pr�ximos meses. Se essa alta se concretizar, a infla��o medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) pode atingir 6,3% este ano, muito pr�ximo do teto da meta de infla��o, que � 6,5%, calcula Alessandra. Em 12 meses at� julho o IPCA j� subiu 6,27%.
De toda forma, a consultoria ainda n�o reviu para cima a proje��o de infla��o, que � de 5,7%, levando em conta o c�mbio de R$ 2,25. “O cen�rio para o c�mbio n�o est� claro. H� muitas incertezas”, pondera.
Elson Teles, economista do Ita� Unibanco, por enquanto n�o revisou a proje��o de infla��o para este ano de 5,9%. Mas acredita que, se for incorporada a deprecia��o do real, o vi�s ser� de alta e a infla��o pode passar de 6% este ano. “O que pode mitigar a alta do c�mbio no IPCA � a queda dos pre�os das commodities e a desacelera��o da demanda, que inibe os repasses de custos para os pre�os ao consumidor.” Apesar da press�o de pre�os, ele acredita, no entanto, que o risco de estourar o teto da meta este ano � baixo.
A GO Associados reduziu a estimativa de infla��o deste ano de 5,7% para 5,3% por causa do resultado favor�vel do IPCA registrado em julho (0,03%). Mas, segundo o diretor de pesquisa econ�mica, Fabio Silveira, a proje��o de infla��o para este ano deve ser revisada para cima, algo em torno de 5,5% “O impacto da alta do d�lar nos pre�os ao consumidor dever� ser sentido no fim do ano, entre outubro e novembro.