Polo de confec��es de Divin�polis se ajustou para barrar invas�o chinesa

Pode at� soar estranho, mas a recess�o na economia mundial ajuda a ditar tend�ncias em passarelas mineiras. Depois de amargarem quedas na produ��o e serem obrigados a fechar centenas de postos de trabalho, empres�rios de Nova Serrana, principal polo de cal�ados do estado, e de Divin�polis, destaque no ramo de confec��o, agora apostam na chamada moda r�pida para recuperar mercado. Na pr�tica, eles deixaram de produzir um grande n�mero de pe�as de um mesmo modelo para fabricar maior quantidade de lan�amentos com menos pe�as.

A estrat�gia exigiu dos fabricantes dessas duas cidades do Centro-Oeste de Minas maior investimento tanto em designer quanto em materiais de boa qualidade. As novidades, por tabela, devem ajud�-los a enfrentar a invas�o chinesa. Vale lembrar que os setores de cal�ados e vestu�rio est�o entre os que mais sentiram os efeitos da concorr�ncia asi�tica, onde o custo de produ��o � bem inferior ao nacional, o que permite aos estrangeiros venderem suas mercadorias a pre�os abaixo dos praticados pelos empres�rios tupiniquins.

"Readequamos a produ��o. Os lan�amentos s�o praticamente semanais", disse Cassius Ribeiro, dono da Difteria Ind�stria e Com�rcio, um empreendimento de pequeno porte voltado para a moda feminina. Ele tem tristes lembran�as do �ltimo semestre de 2008, quando o Lehman Brothers anunciou a concordata: "Minha produ��o despencou 20%. Precisei demitir funcion�rios". Naquele ano, ali�s, a ind�stria de transforma��o em Divin�polis, que tem a confec��o como principal alavanca, fechou 336 empregos.

Para ter ideia do que essa estat�stica representa, basta dizer o setor havia encerrado os dois anos imediatamente anteriores com saldo positivo: 850 vagas em 2007 e 687 em 2006. Em 2012, a ind�stria de transforma��o fechou o exerc�cio com 95 vagas a menos – os dados s�o do Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE). A aposta na moda r�pida veio acompanhada de um projeto chamado de "Minas veste Minas, Minas veste o Brasil", lan�ado em mar�o, ao custo de R$ 1,2 milh�o, e desenvolvido em parceria com o Sebrae, outras institui��es e o governo de Minas.

Diagn�stico

Quem explica a proposta � Leonardo Mol, analista do Sebrae: "Constatamos que era preciso ampliar o foco dos clientes das empresas. O diagn�stico apontou que o Nordeste do Brasil � um grande mercado para os produtores daqui, pois, at� ent�o, � uma regi�o n�o-explorada pelos fabricantes de Divin�polis". "Dessa forma, criamos uma rede de representantes comerciais em outros estados, principalmente no Nordeste", acrescentou Ant�nio Rodrigues Filho, presidente do Sindicato das Ind�strias de Vestu�rio de Divin�polis (Sinvesd). Ele e outros 24 empres�rios convidaram 105 representantes e donos de lojas do Nordeste e de outras regi�es para uma rodada de neg�cios em Belo Horizonte. Resultado: o grupo vendeu 26.420 pe�as, num total de R$ 1,481 milh�o.