Apesar de 28 sindicatos de trabalhadores dos Correios ligados � Federa��o Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Tel�grafos e Similares (Fentect) terem decretado greve, a estatal informou que 93,39% dos empregados registraram nesta quarta-feira ponto de presen�a no sistema eletr�nico da empresa, e continuam trabalhando.
Para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de ag�ncias, os Correios disseram que continuam aplicando medidas do Plano de Continuidade de Neg�cios. Entre as a��es est�o o uso de hora extra, mutir�es para entrega nos fins de semana e o deslocamento de empregados entre as unidades.
Dos 35 sindicatos de trabalhadores dos Correios, 29 s�o ligados � Fentect. Segundo a entidade, a paralisa��o de hoje � “uma das maiores greves feitas pela categoria”. Em nota, a Fentect informa que as assembleias ocorridas ontem (17), quando a greve foi decretada, estavam “lotadas, com pra�as e subsedes repletas de trabalhadores votando pela paralisa��o”, e que uma “parcela muito maior de trabalhadores do interior est� em greve”.
A entidade recusou a proposta apresentada pelos Correios, mas cinco sindicatos aceitaram. Ela prop�e reajuste de 8% nos sal�rios, garantia da manuten��o de todos os benef�cios com reposi��o da infla��o integral no per�odo (6,27%), abono de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro para o Natal, e vale-cultura, segundo as regras de ades�o ao programa implementado pelo governo federal.
Entre as reivindica��es apresentadas, a Fentect pede 7,13% de aumento, alegando defasagem salarial causada pela infla��o recente, mais 15% de aumento real, e R$ 200 de aumento linear para todos os servidores. Al�m disso, pede 20% de aumento pelas perdas salariais ocorridas desde o Plano Real.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou no in�cio da semana o pedido de liminar dos Correios para que a greve fosse suspensa, ou que fosse mantido um contingente m�nimo de 80% dos funcion�rios em cada uma das unidades da empresa.
O vice-presidente do TST, ministro Ant�nio Jos� de Barros Levenhagen, instrutor do diss�dio, considerou que o pedido para suspender a greve n�o se sustenta juridicamente, porque a Constitui��o assegura o direito de greve a todos os trabalhadores. Com rela��o � manuten��o de 80% da atividade, ele disse que a empresa n�o apresentou elementos que permitam conferir se a paralisa��o implicou preju�zo � presta��o de servi�os � comunidade.
Outro ponto que, segundo a Fentect, tem gerado descontentamento entre os trabalhadores � o "sucateamento" do Correios Sa�de, plano que atualmente � administrado pelo setor de recursos humanos da empresa. A preocupa��o � que ele seja repassado � iniciativa privada, sob o nome de Postal Sa�de.
A estatal, no entanto, assegura que “todos os atuais direitos dos trabalhadores em rela��o ao plano de sa�de est�o garantidos”, o que inclui manuten��o dos atuais benefici�rios, inclusive pais do empregado que j� est�o cadastrados; cobertura de procedimentos; rede credenciada; e percentual de compartilhamento. Al�m disso, acrescenta, “n�o haver� nenhum custo adicional, repasse ou mensalidade aos empregados”.
Segundo a empresa, todo processo de migra��o para o Postal Sa�de demanda autoriza��o da Ag�ncia Nacional de Sa�de (ANS). Al�m disso, a altera��o da gest�o ser� feita por um conselho formado por representantes indicados pelos Correios e por empregados.