O cons�rcio Planalto, que venceu, na quinta-feira, 19, o leil�o de concess�o da BR-050, � formado por nove empresas, a maioria delas estreantes no ramo de concess�o de rodovias. As maiores participa��es s�o da incorporadora Senpar e da fabricante de asfalto Greca, que t�m cada uma 20% na concession�ria.
“As empresas conhecem bem o segmento. S�o prestadoras de servi�o para as concession�rias e para o DER (Departamento de Estradas de Rodagem)”, disse Carlos Prado, executivo que representa o cons�rcio Planalto.
Segundo ele, a experi�ncia das companhias em obras vi�rias e como fornecedoras para concession�rias trar� sinergias ao grupo e permitiu viabilizar o neg�cio com um des�gio de 42% em rela��o ao teto fixado pelo governo.
Mercado questiona f�lego financeiro
Passada a surpresa inicial de ver um cons�rcio com m�dias empresas vencer o primeiro leil�o da nova rodada de concess�es do governo federal com um �gio agressivo, o mercado agora tem duas grandes d�vidas: se o grupo vai ter f�lego financeiro - para bancar as garantias e atender as exig�ncias dos bancos para obter os empr�stimos - e capacidade gerencial para atuar como operador de uma rodovia.
As d�vidas levam em conta o perfil e a �rea de atua��o das empresas. O cons�rcio Planalto re�ne nove empresas de porte m�dio que atuam basicamente no mercado de constru��o no Estado de S�o Paulo. Executivos de empresas do setor, que preferem n�o ser identificados, dizem que os bancos tendem a ser mais rigorosos com empresas menores e � certo que v�o redobrar a aten��o.
Na �rea jur�dica, o sentimento � o mesmo. “N�s e o grupo que assessoramos no leil�o ficamos surpresos, seja pelo des�gio, seja pela composi��o do grupo vencedor: � quase um desconhecido no mercado”, diz Ord�lio Azevedo Sette, s�cio do escrit�rio Azevedo Sette. “Como n�o tem tradi��o em concess�es e ofereceu des�gio t�o grande, ter� dificuldade para atender todas as obriga��es financeiras da concess�o.”
O governo tem outra interpreta��o: as pr�prias exig�ncias do programa j� fazem uma pr�-sele��o das empresas e seria prematuro fazer ju�zo de valor sobre o poder de fogo dos investidores apenas pelo seu porte. “N�o vamos avaliar prematuramente a condi��o de execu��o do grupo por ele ser grande ou pequeno”, disse Jorge Bastos, diretor-geral da Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “Acreditamos que o grupo tem capacidade, assumiu um compromisso e a ANTT vai fiscalizar esse compromisso.”
Segundo a advogada Let�cia de Queiroz de Andrade, s�cia do escrit�rio Siqueira Castro e representante do Cons�rcio Planalto os investidores est�o preparados para cumprir as exig�ncias previstas no edital e atender o contrato. Tem os R$ 118 milh�es necess�rios para capitalizar a empresa que vai assumir a concess�o e garantias para atender os bancos, at� porque conta com o financiamento. “O grupo vai usar o m�nimo de capital pr�prio e buscar todos os meios poss�veis para se financiar: BNDES, bancos privados, capta��es p�blicas”, diz.
Experi�ncia
Em rela��o � falta de experi�ncia e o valor do des�gio, Let�cia diz que o grupo est� tranquilo. J� tem executivos com experi�ncia no setor, como Carlos Prado, da construtora Vale do Rio Verde, que atuou em empresas de concess�o e fez o desconto levando a experi�ncia de cada investidor. “O neg�cio foi bem pensado”, diz. “O grupo tem experi�ncia em obras e sinergias que permitem a redu��o dos custos.”
Para o JPMorgan a conta � apertada. Ser� necess�rio um volume de tr�fego ao menos 75% acima das estimativas do governo para que o cons�rcio seja rent�vel. O c�lculo considera o des�gio oferecido pelo grupo, de 42,38%. A conta tamb�m assume um custo real de capital de 7,2% e que os investimentos permanecer�o como previstos.
A escolha do cons�rcio com base no valor do ped�gio � apenas a primeira fase da disputa. At� a pr�xima segunda-feira, a comiss�o de outorga do leil�o e a BMF&Bovespa avaliam a qualifica��o do cons�rcio. Superada essa fase, na ter�a, inicia-se o prazo para os concorrentes questionarem o resultado. “Os recursos s�o comuns nos leil�es e � quase certo que algu�m vai questionar”, diz Felipe Kfuri, L.O.Baptista Advogados.