Apesar do crescimento “acima da tend�ncia” de 1,5% no segundo trimestre deste ano, os economistas do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) est�o trabalhando com a probabilidade de acomoda��o para o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um pa�s) no segundo semestre do ano. � o que mostra a Carta de Conjuntura n�mero 20, divulgada nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, pelo �rg�o, vinculado � Secretaria de Assuntos Estrat�gicos (SAE) da Presid�ncia da Rep�blica.
Embora o instituto n�o fa�a proje��es, Ribeiro diz que mesmo que o PIB tenha varia��o zero no segundo semestre, o crescimento anual vai ser 2,5% levando em conta o crescimento no primeiro e no primeiro e no segundo trimestre. “Isso j� � uma boa refer�ncia do que pode acontecer. Voc� pode ter um crescimento um pouco acima disso, pr�ximo disso ou um pouco abaixo. A gente [Ipea] n�o projeta um crescimento de 2,5%, mas acredita que o crescimento n�o vai ser muito distante desse patamar”.
Sobre a infla��o, a expectativa � que se mantenha ainda um tempo pressionada, porque a an�lise da varia��o em 12 meses sinaliza que a taxa ainda estar� mais pr�xima do teto da meta estabelecida pelo governo (6,5%). Ribeiro disse que mesmo que os alimentos estejam favorecendo, com defla��o ou infla��o bem menor do que estava anteriormente, eventuais impactos da desvaloriza��o do real sobre a infla��o e a possibilidade de algum reajuste dos combust�veis poder�o empurrar a taxa para cima.
“Na verdade, a infla��o deve permanecer ainda algum tempo pr�xima desse patamar (em torno de 6%) e a�, no ano que vem, a depender do que vai acontecer com os pre�os dos alimentos, ela pode come�ar a ceder, gradativamente”. Ele assegurou que o quadro n�o � ruim.
Em rela��o ao c�mbio, analisando o que ocorreu na reuni�o deste m�s do Federal Reserve (Fed - o Banco Central dos Estados Unidos), que manteve o seu programa de est�mulos internos, Ribeiro avaliou que � pouco prov�vel que o d�lar volte ao patamar de R$ 2,40, ou mesmo ultrapasse esse valor, que alcan�ou nos �ltimos tempos.
A tend�ncia, segundo o economista, � que o d�lar se estabilize em um n�vel mais alto que no ano passado, quando estava mais pr�ximo de R$ 2. “Ainda � dif�cil afirmar em que n�vel ele tende a se equilibrar”. Ribeiro advertiu, entretanto que, no momento, levando em conta o “al�vio monet�rio” nos Estados Unidos, n�o se espera que ocorra uma nova press�o significativa do c�mbio, “pelo menos, at� o final do ano”.
Na �rea do com�rcio exterior, o coordenador do Gecon disse que a mudan�a na balan�a comercial de um super�vit registrado em 2012 para um d�ficit acumulado este ano resultou, em grande parte, do comportamento do petr�leo que apresentou, ao mesmo tempo, aumento de importa��o e queda muito grande de exporta��o. “Como o petr�leo tem um peso muito grande dentro da pauta, dos dois lados, acabou impactando muito o saldo”.
A perspectiva, por�m, � que se a produ��o de petr�leo voltar a crescer, a exporta��o ser� retomada e isso vai afetar o saldo comercial, “embora a tend�ncia seja de redu��o mesmo”. O cen�rio internacional contribui para isso, apesar de se mostrar um pouco mais favor�vel do que no ano passado, devido ao crescimento mais lento da economia mundial, com dificuldades ainda enfrentadas pelos pa�ses da Europa e um crescimento nos Estados Unidos sujeito a instabilidades.
“� dif�cil acreditar que as exporta��es [brasileiras] possam crescer de maneira mais r�pida. E a importa��o cresce conforme a atividade dom�stica cresce tamb�m”. Ribeiro explicou que a desvaloriza��o recente do c�mbio pode ajudar a impulsionar um pouco as exporta��es.