A confian�a do com�rcio no m�s de setembro n�o sustentou a melhora no indicador percebida em agosto. "Com essa acomoda��o, diminui a percep��o de que o terceiro trimestre seja muito bom", afirma o superintendente adjunto de Ciclos Econ�micos da Funda��o Getulio Varas (FGV), Aloisio Campelo.
No trimestre encerrado em setembro ante igual per�odo de 2012, a queda foi de 3,6% no �ndice de Confian�a do Com�rcio (ICOM). Nos tr�s meses at� agosto, a retra��o foi de 2,8%, na mesma base de compara��o. Por ser recente, a s�rie, iniciada em 2010, ainda n�o possui dados dessazonalizados. Mas os resultados de 2013, segundo Campelo, est�o sistematicamente abaixo dos registrados no ano passado.
Para o superintendente, o desempenho negativo pode ser explicado em parte pelo efeito da base mais alta. Em setembro de 2012, al�m do �ndice traduzir uma confian�a superior do empres�rio do setor de com�rcio, havia uma tend�ncia de acelera��o mais intensa. J� setembro de 2013 apresenta uma queda de 5,7% no ICOM ante igual m�s do ano anterior.
"O setor, em termos hist�ricos, ainda est� com a confian�a em patamar baixo. O terceiro trimestre tem uma recupera��o observada em materiais de constru��o e m�veis e eletrodom�sticos, mas na m�dia tem um ritmo moderado de atividade. Houve melhora em agosto, mas o resultado de setembro traz de volta essa percep��o de que n�o � um ritmo muito forte", avalia Campelo.
O setor de material de constru��o � o �nico ponto fora da curva, permanecendo praticamente est�vel tanto no indicador mensal (0,2% ante setembro de 2012) quanto no trimestral (-0,1% em rela��o ao trimestre encerrado em setembro do ano passado). "Mas esse segmento n�o estaria vendendo muito para novas constru��es. N�o parece ter havido acelera��o de novas edifica��es ou estradas. S�o obras de acabamento, resqu�cios do ciclo anterior de constru��o, al�m de reformas", observa Campelo.
Entre os dur�veis, a piora na percep��o dos empres�rios � mais disseminada. No trimestre findo em setembro, houve queda de 6,0% em rela��o a igual per�odo de 2012. Segundo Campelo, a principal influ�ncia vem do setor de ve�culos, que est� estocado e conta com expectativas menos otimistas para as vendas.
Al�m disso, o impulso positivo emprestado pelo programa Minha Casa Melhor, que financia a compra de m�veis e eletrodom�sticos para benefici�rios do Minha Casa, Minha Vida, perdeu for�a. No trimestre at� agosto, ele chegou a atenuar a queda no ICOM para bens dur�veis para -4,8%, em rela��o a igual per�odo de 2012.
Entre os bens n�o dur�veis, o ICOM apresenta uma melhora em rela��o ao primeiro semestre, quando a acelera��o da infla��o de alimentos representava uma amea�a �s vendas de hipermercados e supermercados, afirma Campelo. Entre mar�o e maio, a queda do �ndice chegou a 7,0% ante a m�dia de iguais meses de 2012. Com a alta de pre�os um pouco mais arrefecida, o indicador apresentou queda de 1,9% no trimestre findo em setembro (sempre na compara��o com igual per�odo do ano anterior).
A demanda insuficiente e o custo da m�o de obra s�o os principais fatores limitativos � expans�o dos neg�cios. Embora 23,9% dos empres�rios afirmem que n�o h� impedimentos, 18,6% listam a falta de demanda como um obst�culo (ante 12,1% em setembro de 2012), enquanto 17,7% reclamam do alto custo salarial. Campelo atenta para o fato de que chega a ser contradit�rio, uma vez que a percep��o de demanda menor � um sinal de desaquecimento da economia, enquanto a m�o de obra com custo elevado indica aquecimento. "� uma esp�cie de contradi��o que o mercado brasileiro vive nesse momento", diz.