O Dia do Idoso � comemorado nesta ter�a-feira em todo o Brasil. Vitalidade, tempo e dinheiro para gastar s�o caracter�sticas do atual perfil do consumidor idoso brasileiro, um mercado formado por 22,3 milh�es acima de 65 anos, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad). Os dados ainda revelam que sete em cada dez aposentados t�m renda garantida pela Previd�ncia Social, representando volume mensal de R$ 28,5 bilh�es, montante suficiente para estimular diversas empresas a readaptarem os neg�cios para apostarem nesse p�blico crescente e inclu�-lo no mercado de trabalho.
As mudan�as demogr�ficas das �ltimas d�cadas resultam ainda em uma perspectiva de r�pido envelhecimento da for�a de trabalho brasileira, e geram um desafio em rela��o ao problema da disponibilidade de profissionais qualificados para as empresas. Conforme o estudo "Envelhecimento da For�a de Trabalho no Brasil", realizado em parceria entre a PwC e a Funda��o Get�lio Vargas (FGV).
A reten��o desses profissionais no mercado � necess�ria n�o apenas por quest�es relacionadas ao equil�brio das contas da previd�ncia, mas como alternativa para escassez de m�o de obra especializada e � sustenta��o do crescimento econ�mico.“N�o h� base cient�fica que comprove a redu��o da produtividade do profissional mais velho. O que precisa � de uma gest�o capaz de aproveitar o que esse profissional tem de melhor, que � experi�ncia e conhecimento”, aponta o s�cio da PwC Brasil e l�der de Gest�o do Capital Humano, Jo�o Lins, que tamb�m coordena a pesquisa em parceira com a Professora Maria Jos� Tonelli da FGV-EAESP.
“A mudan�a demogr�fica no Brasil � um dado concreto e n�o h� como ignorar seus efeitos no mercado de trabalho. J� na pr�xima d�cada ser� poss�vel perceber esse novo desenho mais claramente”, explica o s�cio da PwC Brasil e l�der de Gest�o do Capital Humano, Jo�o Lins.
Contudo, dentre as empresas pesquisadas, 63% n�o enxergam que a for�a de trabalho mais velha � uma alternativa para a escassez de talento, mesmo em um contexto no qual metade dos CEOs do Brasil - 42% - afirma que j� deixou de aproveitar uma oportunidade de mercado ou precisou atrasar ou cancelar uma iniciativa estrat�gica porque a empresa n�o dispunha de talentos necess�rios para o empreendimento.
Essa vis�o se reflete na aus�ncia de pr�ticas para atrair e reter profissionais mais velhos nas equipes de trabalho: 56% declaram n�o possuir campanhas espec�ficas para contrata��o de trabalhadores nesta faixa de idade e em 58% das firmas a idade ainda � um fator relevante para defini��o dos candidatos. Portanto, ind�viduos mais jovens podem ter vantagem sobre os mais velhos na hora da contra��o.“No Brasil, se fala muito em Gera��o Y, mas n�o sobre o envelhecimento dessa gera��o”, alerta a uma das coordenadoras da pesquisa, a vice-diretora da Eaesp, Maria Jos� Tonelli.

Ainda segundo o estudo da PwC e da FGV, para 94% das empresas, o lado mais positivo da contrata��o de tais profissionais � a transmiss�o de experi�ncia e conhecimentos �teis para os mais jovens. Por�m, para que isso se concretize no dia-a-dia corporativo, algumas pr�ticas devem ser adotadas pelas equipes. Exemplos de tais medidas seriam atividades de treinamento e desenvolvimento envolvendo diferentes faixas et�rias (inexistentes em 45% das empresas) e programas de mentoring (n�o adotados em 50% das organiza��es).
Dados da pesquisa revelam ainda que maiores de 60 anos s�o reconhecidos como mais equilibrados emocionalmente por 96% dos entrevistados, al�m de serem considerados os melhores em solucionar problemas por 86%. � preciso que as empresas repensem seus modelos de carreira de forma a aproveitar o melhor desses profissionais.
A falta de oportunidades de carreira � ocasionada, em parte, pela proximidade da aposentadoria. Grande parte da empresas (63%) entende que profissionais mais velhos j� est�o acomodados em decorr�ncia da proximidade da aposentadoria. Por�m, segundo a pesquisaAge discrimination: What employers need to know da American Association of Retired Persons (AARP), 80% dos profissionais da gera��o Baby Boomers esperam e desejam manterem-se ativos no mercado de trabalho durante a aposentadoria. Junto com a experi�ncia e lealdade, esperam trabalhar em condi��es que lhes permita autonomia e flexibilidade, com jornadas de trabalho reduzidas e op��o de home office.
Estudo da PwC e FGV
O relat�rio foi elaborado em parceria com aEAESP- FGV e o apoio FIESP, SESI e Amcham, com base em respostas coletadas no per�odo de novembro de 2012 a janeiro de 2013 em 108 companhias. Dentre as empresas participantes, 70% eram de origem nacional. O escopo abrangeu diversos setores de atua��o, sendo 21% do setor industrial, 20% de presta��o de servi�os e 16% de energia, minera��o e servi�os de utilidade p�blica. Das companhias entrevistadas,36% eram de grande porte, com faturamento superior a R$ 300 milh�es por ano.