
As mensalidades das escolas particulares ser�o corrigidas em at� 12% no ano que vem, mais que o dobro da infla��o estimada pelo Boletim Focus, em 5,82% no fechamento de 2013. Segundo estimativas do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), a varia��o no estado deve oscilar entre 6% e 12%, mas cerca de 80% das institui��es privadas do devem praticar reajustes de 8%, percentual superior � alta no custo de vida, e tamb�m acima da corre��o proposta pelo governo para o sal�rio m�nimo, de 6,62% no ano que vem.
Surfando no crescimento da renda das fam�lias e na expans�o da classe C, que vem incrementando as matriculas na escola particular, o setor registra resultados positivos, e no ano passado cresceu 7,5%. Nos �ltimos cinco anos a corre��o dos boletos, acima da infla��o, tem garantindo matem�tica positiva para a educa��o privada, o que se repetir� em 2014. “A mensalidade escolar cresce mais que o or�amento dom�stico”, diz a contadora Gleicia Luciana da Silva. M�e de Larissa, de 9 anos, ela paga cerca de R$ 1,5 mil pela educa��o em tempo integral. Ela optou pela escola com hor�rio ampliado para aliviar as despesas com a empregada dom�stica. “Individualmente, a educa��o � o principal peso do or�amento dom�stico. Tem custo alto, mas � uma prioridade. N�o d� para cortar nesse gasto.” Segundo a Gleicia Silva, as contas, que incluem tamb�m aulas especializadas, como nata��o e refor�o escolar, pressionam tamb�m de forma decisiva outro planejamento, o familiar.
Em sua opini�o, o alto investimento do brasileiro na educa��o privada � uma das raz�es para o encolhimento das fam�lias. “O pre�o da escola faz com que os casais pensem com cuidado antes de decidir se ter�o ou n�o mais filhos.”
Os principais pesos para o reajuste da mensalidade, segundo o presidente do Sinep, Emiro Barbini, v�m do sal�rio dos professores e tamb�m do reajuste do sal�rio m�nimo. “Os recursos humanos representam 70% do custo das escolas”, diz. Ele aponta tamb�m que, uma vez fixados os reajustes para 2014, as escolas n�o podem alterar o �ndice. “Os c�lculos s�o dif�ceis, j� que a data-base dos professores � apenas em abril e � preciso prever qual ser� o percentual acumulado pelo INPC at� l�. Os c�lculos devem ser feitos na medida certa, de forma que as escolas n�o enfrentem dificuldades ao longo do ano”, defende.
De acordo com levantamento do site Mercado Mineiro, o pre�o m�dio, em 2013, do ensino fundamental em Belo Horizonte ficou em R$ 711 e do ensino m�dio de R$ 905. A alta de 8% elevaria os valores para R$ 767,88 e R$ 977,4, respectivamente. O Procon Assembleia alerta para altas abusivas na mensalidade. “Caso recebam reajustes acima de 8%, os pais devem se reunir e cutucar a escola, exigir a planilha de custos”, aponta Marcelo Barbosa, coordenador da entidade Ele refor�a que a presta��o de contas � um direito dos pais e est� prevista em dois artigos do C�digo de Defesa do Consumidor.
Segundo Barbosa, o documento deve ser fornecido “sem dificuldades” pela escola, assim que for solicitado pela fam�lia. “No artigo 39, o c�digo diz que � pr�tica abusiva reajuste sem justa causa e, no artigo 6º, prev� o direito a informa��o clara e precisa.”
A dona de casa Daniela Grecco tem tr�s filhos cursando o ensino fundamental. Ela paga mensalidade de R$ 859 para cada um e diz que, na escolha do col�gio, pesou o desconto de 10% no total da fatura. “Nem todas as escolas t�m essa pol�tica”, ressaltou. Daniela j� se prepara para receber uma conta 8% mais cara em 2014, repetindo o que ocorreu nos �ltimos dois anos. “Considero 12% um reajuste alto demais. N�o espero nada al�m de 8%”, refor�ou, lembrando que a lista de material representa gasto adicional em torno de R$ 1 mil por crian�a. Ela considera que, apesar do volume de impostos pago pelo brasileiro, nunca considerou a escola p�blica. “O que fa�o � conversar diariamente com meus filhos sobre a import�ncia e o pre�o da educa��o. Espero que eles cursem a universidade p�blica.”
