O aumento do limite de financiamento da casa pr�pria com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) e do Sistema Financeiro da Habita��o (SFH) de R$ 500 mil para R$ 750 mil pode elevar a cota��o dos im�veis prontos nos Estados de S�o Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e no Distrito Federal nessa faixa de pre�o.
“Isoladamente, o efeito potencial dessa medida � estimular a demanda e pressionar pre�os”, diz o coordenador do �ndice FipeZap de pre�os de im�veis anunciados na internet, Eduardo Zylberstajn. Ele frisa, no entanto, que esse efeito � potencial, uma vez que n�o � apenas a maior oferta de cr�dito que influencia a compra do im�vel, mas pesam outros fatores.
Nesse rol, o economista aponta a renda e o emprego, que j� n�o t�m o mesmo vigor do passado recente. Al�m disso, segundo Zylberstajn, h� oferta maior de im�veis. Esses fatores podem atenuar o impacto positivo do aumento da disponibilidade de cr�dito nos im�veis de R$ 500 mil a R$ 700 mil.
A participa��o dos im�veis prontos, novos e usados nessa faixa de pre�o no total de an�ncios na internet � significativa. Segundo o economista, representa 19% nos Estados de S�o Paulo e Minas Gerais; 18% no Distrito Federal e 20% no Rio.
Apesar de o economista ressaltar que o mercado imobili�rio est� esfriando, os indicadores ainda s�o positivos. Segundo o �ndice FipeZap, o pre�o do metro quadrado dos im�veis prontos neste ano acumula alta de 10,5% no Rio e de 8,6% em S�o Paulo at� agosto. No Distrito Federal e em Minas Gerais, a alta � mais moderada, de 2% e 1,5%, respectivamente.
Para a diretora jur�dica da Associa��o dos Mutu�rios de S�o Paulo e Adjac�ncias (Amspa), Ana Carolina Bernardes, ainda n�o � poss�vel saber como o mercado deve responder �s mudan�as para uso do FGTS, mas h� uma tend�ncia de alta. “Quando houve aumento no teto do FGTS, os pre�o subiram. Acreditamos que o mercado deve responder da mesma maneira.”
Sem impacto
Na avalia��o do presidente da Associa��o Brasileira das Entidades de Cr�dito Imobili�rio e Poupan�a (Abecip), Octavio de Lazari Junior, a possibilidade de aumento nos pre�os “tende a zero”. “J� temos um mercado com certa oferta, estoques de im�veis”, afirma. A proje��o da Abecip � que o cr�dito cres�a 20% neste ano, bem acima dos 3% do ano passado. “Este ano desaguou o que estava represado. O desembolso do cr�dito imobili�rio deve ultrapassar R$ 1 bilh�o”, afirma Lazari Junior.
O presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habita��o), Claudio Bernardes, s� v� possibilidade de alta de pre�os em locais com oferta muito baixa de im�veis acima de R$ 500 mil. “Mas isso n�o vai correr de forma geral”. At� porque, segundo ele, 42% dos im�veis lan�ados nos �ltimos 12 meses j� tinham pre�o acima de R$ 500 mil. Ele tamb�m acredita que as mudan�as no perfil dos lan�amentos do im�veis compat�veis com a nova regra s� deve ter efeito no ano que vem. “Os novos lan�amentos podem tentar se adaptar a esse tipo de produto, e a� n�o � uma quest�o de pre�o dos im�veis. Mas um produto adapt�vel com as regras de financiamento”, afirma.