Al�m de ser a transfer�ncia social que mais contribui para o PIB, o Bolsa Fam�lia � tamb�m aquela que mais pesa no c�lculo do consumo das fam�lias no Pa�s. A cada R$ 1 transferido pelo Bolsa Fam�lia, o consumo final do total da economia aumenta R$ 1,98, enquanto que os efeitos no consumo final das fam�lias � ainda maior: de R$ 2,4.
A conclus�o � do livro "Programa Bolsa Fam�lia: uma d�cada de inclus�o e cidadania", que ser� lan�ado no final deste m�s pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) e pelo Minist�rio do Desenvolvimento Social (MDS). Alguns dados do trabalho foram apresentados na manh� desta ter�a-feira,15, em Bras�lia.
O objetivo de um dos cap�tulos da pesquisa � avaliar os efeitos do programa sobre a macroeconomia. Para tanto, os pesquisadores Fabio Vaz e Pedro de Souza, al�m do presidente do Ipea, Marcelo Neri, compararam os impactos do principal programa de distribui��o de renda do governo federal com outras seis transfer�ncias sociais: os benef�cios do Regime Geral de Previd�ncia Social (RGPS), dos Regimes Pr�prios de Previd�ncia Social (RPPS), do Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC), do Seguro Desemprego, do Abono Salarial do PIS/PASEP e dos saques do Fundo de Garantia por Tempo de Servi�o (FGTS).
De acordo com o cap�tulo assinado por Neri, Vaz e Souza, os chamados "efeitos multiplicadores" sobre a economia s�o maiores quanto mais focalizadas s�o as transfer�ncias para os mais pobres, por formarem fam�lias com "maior propens�o marginal a consumir". Tamb�m por isso, o impacto sobre o consumo das fam�lias � maior do que sobre o consumo final do total da economia. "Mais do que qualquer outra transfer�ncia, o programa beneficia diretamente fam�lias mais pobres com alta propens�o a consumir e, portanto, consegue um efeito multiplicador maior", escrevem os pesquisadores.
No quesito consumo, o Benef�cio de Presta��o Continuada � o que mais se aproxima do Bolsa Fam�lia. Cada R$ 1 aplicado no BPC representa um retorno de R$ 1,32 no consumo final da economia e de R$ 1,54 no consumo das fam�lias.
Renda bruta
O estudo tamb�m analisou o efeitos das transfer�ncias sociais na renda dispon�vel bruta do total da economia e na renda dispon�vel bruta das fam�lias. Ao se transferir R$ 1 a mais do Bolsa Fam�lia, aumenta em R$ 1,48 a renda dispon�vel bruta e R$ 1,64 a renda dispon�vel bruta das fam�lias. "Esses resultados sustentam a hip�tese de que as transfer�ncias sociais voltadas para os mais pobres - principalmente as do Programa Bolsa Fam�lia - cumprem papel positivo importante para a din�mica macroecon�mica brasileira, al�m de contribuir para a redu��o da pobreza e desigualdade", relatam os autores no estudo.
Para analisar os efeitos sobre a macroeconomia, os pesquisadores usaram dados do Programa de Or�amentos Familiares (POF) e do Sistema de Contas Nacionais, que cont�m informa��es de produ��o, remunera��o de fatores, tributos indiretos, consumo intermedi�rio e componentes da demanda final. "(A transfer�ncia ocasiona) um giro na economia, onde uma renda gera um gasto e num gasto h� uma renda", exemplificou o presidente do Ipea, Marcelo Neri, durante a coletiva.