
O imbr�glio relacionado ao Minas Sol Hotel ultrapassa os limites das fraudes tribut�rias. O hotel de 86 apartamentos faz parte da massa falida da Casa do R�dio Administradora de Cons�rcio Ltda.. O promotor Glauber Tatabiga explica que as d�vidas da antiga rede de varejo podem explicar as transfer�ncias de valores para empresas em nome de laranjas. “Os valores poderiam ser bloqueados na Justi�a por credores da Casa do R�dio”, afirma.
O Minist�rio P�blico pediu a indisponibilidade de todos os bens de Jairo Rodrigues e do gerente Wallyson Scalioni Salles. A medida visa a permitir que os pertences cubram o rombo dos cofres municipais. Dez ve�culos est�o na lista. Tr�s deles pertencem � Igreja Batista Renovo; tr�s � W2 Servi�o e Administra��o de Engenharia e quatro a Wallyson.
O problema, segundo o Minist�rio P�blico, � que muitos deles podem j� ter sido confiscados em outras a��es relacionadas � Casa do R�dio. Jairo e Wallysaon foram denunciados pelo MPF em virtude de administra��o fraudulenta da rede de varejo e muitos bens podem servir para cobrir os preju�zos.
Conhecida pelo slogan “O gigante dos pre�os baixos”, a Casa do R�dio quebrou deixando um rombo de R$ 80 milh�es na Receita Estadual. “Todos os credores v�o se habilitar. Quando se inicia a cobran�a, eles j� se desfizeram de parte dos bens. � um trabalho delicado”, diz o gerente de Tributos Imobili�rios da Prefeitura de Belo Horizonte, Eug�nio Veloso.
O Minas Sol Hotel est� localizado em frente � �ltima loja da Casa do R�dio. Fundada em 1936, por longo per�odo, a empresa foi a principal rede de varejo de Minas. No auge, eram 54 lojas e mais de 700 funcion�rios. Nos anos 1990, a companhia foi negociada com a Casas Bahia, mas em 2004 teve a fal�ncia decretada.
LEIL�O
O Minas Sol Hotel foi arrematado pelo ex-governador de Minas e empres�rio Newton Cardoso, em 2010. Procurado pela reportagem, ele afirmou que at� hoje n�o conseguiu tomar posse devido a problemas jur�dicos. Segundo Newton Cardoso, foram pagos R$ 8 milh�es pelo empreendimento de olho na demanda da Copa’2014. O valor, depositado � vista, significou 3,6% de �gio sobre o valor estipulado pela Justi�a. � �poca, o ex-governador pretendia investir pesado no ramo da hotelaria para o Mundial. Mas, de acordo com ele, o processo judicial dificultou suas pretens�es.
ENTENDA O ESQUEMA
1 - Os empres�rios constitu�am hot�is fantasmas para absorver parte da receita do Minas Sol Hotel
2- Ao serem pagas as di�rias com cart�o de cr�dito, o dinheiro era direcionado para contas das empresas fantasmas
3 - A receita da empresa era subfaturada. Com isso, o total de tributos tamb�m era menor
4 - Sem a emiss�o de notas fiscais, o valor repassado para as empresas falsas eram ocultados, sem ocorrer a incid�ncia de tributos
Fonte: Minist�rio P�blico e Prefeitura de Belo Horizonte