O governo fez ajustes no edital do leil�o dos aeroportos do Gale�o, no Rio de Janeiro, e Confins, em Belo Horizonte, para ampliar a concorr�ncia entre os cons�rcios. O objetivo � evitar a concentra��o de interesse pelo Gale�o, considerado a joia da Coroa, e um fracasso na licita��o de Confins. As regras do leil�o n�o permitem que um mesmo cons�rcio arremate os dois aeroportos. Por isso, alguns grupos haviam sinalizado ao governo que iriam priorizar o Gale�o e n�o fariam nenhuma oferta por Confins. Como o aeroporto mineiro � menos atrativo, o receio dos cons�rcios � de que sejam os �nicos a fazer um lance por Confins e o arrematem, o que automaticamente os retiraria da disputa pelo Gale�o.
Para evitar que isso ocorra, a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) publicou normas que estimulam os cons�rcios a fazer propostas pelos dois aeroportos e oferecem solu��es para a eventual possibilidade de que um mesmo grupo fa�a o melhor lance por Confins e o Gale�o. Nessa hip�tese, ele s� ser� considerado vencedor do aeroporto cuja proposta corresponda ao maior valor ofertado, em termos absolutos. Como a outorga m�nima para o Gale�o, de R$ 4,828 bilh�es, � bem superior � de Confins, de R$ 1,096 bilh�o, se isso ocorrer ele s� levar� Gale�o. Mas se essa regra n�o for suficiente para determinar o vencedor, o cons�rcio poder�, ainda, manifestar qual deles prefere.
"N�s queremos que todos deem lances para os dois", afirmou o diretor-presidente da Anac, Marcelo Guaranys. A mudan�a, no entanto, n�o afasta totalmente um dos fantasmas que assombram o governo. Se o mesmo grupo oferecer a melhor proposta pelos dois, optar pelo Gale�o e tiver sido o �nico a ter feito lance por Confins, ele ficar� sem vencedor. E h� receio no governo de que o aeroporto mineiro fique sem interessados, embora essa hip�tese seja considerada remota. H� preocupa��o porque a oferta de dois aeroportos ao mesmo tempo repete um dos problemas do primeiro leil�o de rodovias, realizado em setembro: o de oferecer dois empreendimentos com graus de atratividade diferente.
No caso das BRs 050 e 262, ficou comprovado que o leil�o de dois trechos fez com que os interessados concentrassem suas an�lises no mais rent�vel. Isso foi uma das causas para a BR-262 ficar sem interessados. Ap�s o fracasso, o governo anunciou que leiloar� um trecho rodovi�rio por vez.