Em setembro, a agente de viagens Graziela Menezes, 36 anos, passou 10 dias de suas f�rias curtindo os atrativos de Londres. Atenta �s tend�ncias do universo tur�stico, muito devido a seu emprego na ag�ncia de viagens Bridge Cultural, de Belo Horizonte, ela levou como meio de pagamento o cart�o pr�-pago. Modalidade de pagamento que surgiu no Brawm 2011, ele pode ser adquirido em corretoras e institui��es banc�rias e mostra algumas vantagens em rela��o ao cart�o de cr�dito. Tem bandeiras como Visa, Mastercard e American Express.
Graziela diz que 90% dos gastos com a viagem foram efetuados com o pr�-pago. “Praticamente todos os estabelecimentos aceitam, al�m do que, na hora de carregar o cart�o d� para conseguir taxas menores na cota��o do d�lar”, afirmou. “E como voc� j� pagou antes n�o existe aquela surpresinha do cart�o de cr�dito, que usa a cota��o do dia do fechamento da fatura”, acrescentou.
A maior vantagem no uso dele, em detrimento do cr�dito � a taxa: enquanto no pr� � cobrado 0,38% de Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF), no cr�dito ela � de 6,38%. Numa conta simples, em cada US$ 1 mil de gasto, US$ 60 podem ser economizados. Neste ano, somente na Confidence C�mbio, empresa que atua nacionalmente, a venda de cart�es pr�-pagos cresceu 12%.
“O mercado de cart�o pr�-pago para viagem tem forte crescimento no Brasil. O produto est� se popularizando e o cliente est� identificando suas vantagens, que agrega maior seguran�a e praticidade �s viagens”, diz Juvenal Marcelo Santos, diretor regional da Confidence C�mbio, acrescentando que o viajante brasileiro percebeu que o produto gera maior economia, quando comparado com o cart�o de cr�dito por causa do IOF. “Al�m disso, o cart�o pr�-pago gera maior controle dos gastos, j� que o cliente pode, pela internet, consultar seu extrato e recarregar o cart�o. Outra vantagem do pr�-pago � a amplitude da rede credenciada” avaliou o Juvenal.
Para Marco Ant�nio Filho, gerente de C�mbio da Despachatur, de BH, que em 2011 colocou o pr�-pago em seu leque de servi�os, al�m dessas vantagens, o risco de uso � baixo. “Mas � preciso que o turista fa�a um planejamento da viagem, uma log�stica para saber onde ele � aceito. Por isso o cart�o de cr�dito e a moeda local n�o podem faltar no bolso do turista. Ficam como suporte”, aconselhou. Marco acredita que o aumento do pr�-pago se deve � melhoria do poder aquisitivo do brasileiro nos �ltimos anos. “E o viajante tem um canal de comunica��o que pode ser acessado de qualquer parte do mundo, um n�mero de telefone 0800, 24 horas por dia, com os atendentes falando portugu�s para esclarecer d�vidas”, afirmou Marco.
Outra face da moeda
A analista de sistemas �ngela das Gra�as Ribeiro Godoy, de 42 anos, e sua irm� L�cia fizeram uma viagem de 32 dias por v�rios pa�ses da Europa no ano passado. As duas moram em BH e como em viagem anterior pela Am�rica do Sul a dupla tinha utilizado o modelo pr�-pago de uma conceituada casa de c�mbio da capital e aprovaram o servi�o, resolveram us�-lo na Europa. N�o foi a mesma coisa. Logo no come�o da viagem viveram aquilo que �ngela ainda chama de “muito desagrad�vel.”
Assim que chegaram � Su��a, vindas da Dinamarca (a primeira etapa da viagem), resolveram conferir o extrato do cart�o pela internet. Foi a� que a desagrad�vel surpresa se apresentou na tela do notebook. No pa�s escandinavo elas pagaram o hotel dividindo a conta e usando o pr�-pago. No quarto do hotel su��o as irm�s constataram que o valor havia sido debitado em dobro num dos cart�es. Come�ava a� um problema que as acompanharia durante toda viagem e s� seria resolvido depois do retorno ao Brasil.
“A partir dessa constata��o, ficamos com receio de usar o pr�-pago e passamos a utilizar o cart�o de cr�dito. Usamos o telefone para tentar resolver o problema, saber o que tinha acontecido, mas n�o recebemos informa��es satisfat�rias. Depois que chegamos ao Brasil a operadora de c�mbio constatou o erro e devolveu o dinheiro. Por�m n�o ficamos satisfeitas, contratamos uma advogada e entramos na Justi�a, que nos deu ganho de causa, inclusive indeniza��o por danos morais. Cart�o pr�-pago nunca mais. E ainda falo com os amigos para n�o utilizarem”, relatou �ngela.
Veja algumas vantagens do pr�
>> Impostos menores – Al�m da taxa bem menor de IOF, quem opta pelo pr�-pago n�o paga anuidade, nem juros para saques internacionais, ao contr�rio dos cart�es comuns. Por�m h� taxas para saques, que giram em torno de US$ 2,50 por opera��o.
>> Seguran�a –O turista n�o precisa andar nas ruas com grande quantidade de moeda em esp�cie. Se ele perder o cart�o, cancela. Al�m disso, os cart�es pr�-pagos n�o sofrem com varia��o cambial, ao contr�rio dos cart�es de cr�dito que fecham o c�mbio apenas na data de vencimento da fatura.
>> Saques no exterior – O cart�o pr�-pago funciona para saques (com cobran�as de taxas) e compras no exterior. Os saques s�o realizados em moeda local e podem ser feitos em qualquer terminal que aceite a bandeira do cart�o escolhido pelo turista.
>> Recarreg�vel – Diferentemente do cart�o de cr�dito, o pr�-pago n�o tem limite. O usu�rio pode recarregar o valor que quiser e quantas vezes forem necess�rias, at� mesmo durante a viagem. As recargas podem ser feitas pela internet, por transfer�ncia ou d�bito on-line.
>> Controle e consulta de saldo pela internet – Outra facilidade do uso do cart�o em compara��o com o cart�o de cr�dito tradicional � o controle dos gastos. O turista tem acesso � movimenta��o completa do cart�o pr�-pago, evitando surpresas com a fatura no fim da viagem.