Representantes do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC entregam hoje ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma proposta para que a obrigatoriedade de que 100% dos ve�culos saiam de f�brica com air bags e freios ABS seja postergada para 2016. Resolu��es do Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran) preveem que essas medidas de seguran�a devem vigorar a partir de 1° de janeiro de 2014.
“A legisla��o estabelece que, em 2010, 10% dos ve�culos teriam de sair das f�bricas j� com ABS e air bags. Em 2011, esse percentual passou para 30%, em 2013 para 60%, e que em 2014 100% estariam de estar adaptados”, disse � Ag�ncia Brasil o presidente do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, Rafael Marques. A ideia, segundo o sindicalista, � criar “mais uma etapa de gradualismo”, uma vez que o mercado ainda n�o se ajustou totalmente � legisla��o. Dessa forma, ajudar as montadoras a terem mais tempo para negociar novos investimentos e evitar demiss�es.
“O que vamos propor ao ministro Mantega � que, em 2014 e 2015, 90% dos ve�culos saiam das f�bricas equipados com esses aparatos de seguran�a, e que s� a partir de 2016 a medida seja estendida a todos”, destacou Marques.
De acordo com o sindicato, um dos reflexos da medida ser a adotada em sua totalidade j� em 2014 seria a sa�da de linha de alguns ve�culos, como a Kombi e o Uno Mille. “Se a Kombi sair de linha, coloca em risco o emprego de cerca de 4 mil trabalhadores: 950 na Volkswagen e 3.050 nas empresas fornecedoras de autope�as. No m�nimo metade ser� demitida”, declarou o sindicalista.
Ainda segundo Marques, o n�mero de empregos n�o seria compensado pelas novas frentes de trabalho, voltadas � fabrica��o, comercializa��o e instala��o de air bags e freios ABS. “Por ser muito mecanizada e robotizada, uma f�brica de air bags gera apenas 20 empregos. � um n�mero muito inferior ao de empregados usados na fabrica��o desses ve�culos que sair�o de linha”, explicou.
“N�o queremos tirar de cena a seguran�a dos ve�culos. Mas n�o podemos assistir essas demiss�es calados, at� poque os carros hoje t�m um grau de seguran�a muito maior do que os de cinco anos atr�s”, acrescentou. Ele disse j� ter exposto esse ponto de vista � presidenta Dilma Rousseff no �ltimo dia 4, quando ela participou do evento de entrega do t�tulo de doutor honoris causa ao ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva em S�o Bernardo do Campo.
“J� hav�amos conversado com o ministro [Fernando] Pimentel [do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior]. Foi por meio dele que a quest�o chegou � Presid�ncia. Soubemos que, a princ�pio, a rea��o da presidenta n�o foi boa, e que ela teria dito que n�o aprovava a ideia. Mas ao explicarmos os impactos que isso causaria nos empregos, ela ficou sens�vel � ideia e pediu ao ministro Mantega para construir uma alternativa”, informou Marques.
No �ltimo dia 11, Mantega disse estar estudando a possibilidade de postergar a medida, e que se reuniria esta semana com representantes da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea) para discutir o assunto. Na oportunidade, o ministro manifestou sua preocupa��o “com o impacto sobre o pre�o do carro, pois elevaria o valor de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil”.
�rg�o m�ximo normativo, consultivo e coordenador da pol�tica nacional de tr�nsito, o Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran) � vinculado ao Minist�rio das Cidades. Contatado pela Ag�ncia Brasil, o minist�rio informou que a Fazenda n�o tem compet�ncia para postergar a aplica��o das resolu��es, mas que pode apresentar a sugest�o ao conselho, que pode acat�-la. Outra forma de diar a entrada em vigor das resolu��es seria por meio da Justi�a.