Classificado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, como o ano da virada, 2013 foi marcado pelo in�cio da recupera��o da economia. O crescimento, no entanto, veio menor que o esperado. Apesar de se expandir em ritmo maior que em 2012, quando cresceu 1%, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e servi�os produzido no pa�s, foi revisado diversas vezes para baixo este ano.
Segundo especialistas ouvidos pela Ag�ncia Brasil, o Brasil continuou a sentir os efeitos da crise econ�mica internacional em 2013. No entanto, eles avaliam que o crescimento da economia este ano foi comprometido mais por fatores internos do que externos.
Economista chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini diz que a desacelera��o do consumo e o baixo investimento t�m impedido o pa�s de voltar a crescer com vigor. Para o analista, esse cen�rio se deve � perda de credibilidade da equipe econ�mica, que, segundo ele, ampliou as incertezas na economia ao fazer manobras nas contas p�blicas e permitir a alta da infla��o no primeiro semestre.
“N�o h� d�vida. A credibilidade do governo foi perdida. A sociedade brasileira sabe fazer conta e sabe que n�o pode assumir o risco de investir nem de consumir em uma economia com grande risco de instabilidade”, disse. De acordo com Agostini, esse foi o principal motivo pelo qual as desonera��es para estimular o consumo n�o surtiram o efeito esperado.
Especialista em pol�tica fiscal e setor p�blico, o professor Francisco Lopreato, da Universidade de Campinas (Unicamp), tamb�m considera que o baixo crescimento do PIB est� relacionado principalmente a fatores internos. Ele, no entanto, aponta outras causas. Para o economista, o atraso no programa de concess�es e o fraco desempenho da ind�stria explicam o comportamento do PIB este ano.
“O consumo deu uma arrefecida, mas n�o capotou. A agricultura foi bem neste ano. O problema da economia foram os investimentos em infraestrutura e a ind�stria. O governo e o mercado passaram boa parte do ano em uma queda de bra�o para acertar a rentabilidade dos projetos, o que atrasou os leil�es e comprometeu os investimentos em 2013”, explicou.
Em rela��o � ind�stria, Lopreato n�o � t�o otimista. “O grande desafio da economia brasileira � o setor industrial, que andou de lado em 2013, crescendo em alguns trimestres e caindo em outros. A perda de competitividade e a concorr�ncia com os produtos importados, principalmente os chineses, prejudicaram o setor industrial brasileiro”, avaliou.
De setembro do ano passado at� setembro deste ano, a ind�stria cresceu 0,9% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) prev� expans�o para o setor de 1,4% em 2013 e de 2% em 2014. Para a entidade, quest�es estruturais, como a burocracia, os custos trabalhistas e a carga tribut�ria, representam os principais entraves para a retomada da competitividade da ind�stria.
Para 2014, o Or�amento Geral da Uni�o prev� crescimento de 3,8% para o PIB. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, no entanto, prefere n�o apostar em nenhum n�mero. Segundo ele, � necess�rio esperar a evolu��o da economia internacional, que responde por 30% do PIB brasileiro, para fazer proje��es. A estimativa oficial para o pr�ximo ano, ressaltou ele, s� ser� divulgada com o decreto que define os limites de gastos oficiais, o que tradicionalmente ocorre em fevereiro.