O economista-s�nior do Besi Brasil, Fl�vio Serrano, avaliou que o resultado fiscal apresentado nesta sexta-feira, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega � ruim, apesar de cumprir a meta estabelecida pelo governo. "A meta foi cumprida do ponto de vista num�rico. Mas a qualidade da situa��o fiscal � p�ssima, porque ela s� foi atingida por causa de receitas extraordin�rias n�o recorrentes arranjadas no fim do ano", disse, referindo-se aos valores arrecadados com o leil�o do campo de Libra, com a antecipa��o de dividendos e com o Refis - programa de refinanciamento de d�vidas tribut�rias do governo federal.
Mantega anunciou que o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previd�ncia) fez um super�vit prim�rio de aproximadamente R$ 14 bilh�es em dezembro, o que resultou em quase R$ 75 bilh�es no ano, acima da meta de R$ 73 bilh�es. Segundo Serrano, em 2014 o quadro fiscal ser� ainda mais desafiador, j� que a atividade n�o est� crescendo no ritmo esperado, o que prejudica a arrecada��o, e ser� dif�cil repetir o volume de receitas extraordin�rias. "O governo ter� um desafio maior de controlar gastos, principalmente de custeio, que em 2013 aumentaram muito e ficaram inclusive acima dos investimentos federais", disse.
Serrano avalia que o Brasil n�o deve ter sua da nota de classifica��o de risco rebaixada pelas ag�ncias internacionais em 2014, pois a sustentabilidade da d�vida p�blica brasileira, segundo ele, ainda � favor�vel. "Mas, se a situa��o fiscal n�o for revertida e o pa�s continuar com crescimento baixo e infla��o alta, esse rebaixamento pode acontecer em 2015."