Com investimentos, custo de um voo internacional em Confins deve cair at� US$ 300

De olho na internacionaliza��o, ao longo das pr�ximas tr�s d�cadas, o valor correspondente � constru��o de um aeroporto e meio ser� investido pelas concession�rias na repagina��o do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. No per�odo, o cons�rcio AeroBrasil, vencedor do leil�o para administr�-lo at� 2043, ter� que desembolsar R$ 3,5 bilh�es na amplia��o da capacidade operacional do terminal metropolitano. O montante � 50% superior aos R$ 2,33 bilh�es, segundo valores corrigidos pela infla��o do per�odo, investidos at� 1984 na obra para tirar do papel o segundo terminal da Grande BH. As melhorias devem permitir redu��o de at� US$ 300 d�lares em voos para o exterior. No terceiro dia da s�rie de reportagens sobre os 30 anos do aeroporto, o Estado de Minas mostra que ficar� nas m�os da iniciativa privada a busca por mais rotas internacionais e maior qualidade no servi�o. Na mira, est�o rotas para Nova Iorque (EUA), �frica do Sul e Bogot� (Col�mbia), em estudo pelo governo estadual.

A concess�o dos cinco aeroportos mais movimentados do pa�s deve aumentar a concorr�ncia no setor. A melhoria da qualidade dos servi�os e da infraestrutura associadas � pol�tica de desconto nas tarifas para atrair as companhias a�reas deve resultar em pre�os mais baixos para os passageiros. Segundo o subsecret�rio de Investimentos Estrat�gicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econ�mico, Luiz Ant�nio Athayde, a expectativa � de que o usu�rio tenha redu��o entre US$ 200 e US$ 300 no custo de uma viagem internacional, considerando desde o transporte at� o valor da tarifa. “Voc� n�o imagina o efeito que ter� nos pre�os das passagens”, diz.

Entre as obras que devem diminuir o custo est� a implanta��o do ve�culo leve sobre trilhos (VLT), modal que ligar� o aeroporto internacional � rodovi�ria de Belo Horizonte, passando pelo terminal da Pampulha e pelo Mineir�o. Com 10 paradas, o percurso seria conclu�do em 38 minutos por uma composi��o expressa, podendo transportar at� 250 mil pessoas por dia, sendo 16 mil para o aeroporto. O procedimento de manifesta��o de interesse est� previsto para o primeiro semestre. A proposta � que uma empresa seja escolhida para construir e operar o sistema por 30 anos, em um investimento de US$ 1,2 bilh�o.


Passageiros Este ano, por causa da Copa’2014, finalmente Confins pode atingir a marca de movimenta��o prevista na �poca da constru��o para o ano 2000, de 11,5 milh�es de passageiros por ano. Os estudos elaborados em plena d�cada de 1970, durante o chamado milagre econ�mico (no auge da ditadura militar a economia crescia a dois d�gitos ano a ano), projetavam avan�o acelerado da demanda por voos no pa�s. Mas a proje��o nunca se efetivou, ficando muito aqu�m do esperado.
Inclusive o projeto elaborado na �poca da constru��o estabelecia a implanta��o de outros tr�s terminais de passageiros at� 1990. Com isso, a capacidade operacional seria elevada para 20 milh�es, o que seria suficiente para suportar a suposta demanda crescente das duas d�cadas futuras, ou seja at� 2004. O segundo terminal deve come�ar a ser constru�do imediatamente depois de as empresas assumirem a administra��o do aeroporto. At� abril de 2016, o edif�cio, com pelo menos 14 pontes de embarque, deve estar em funcionamento. Mas um terceiro terminal deve ser constru�do para suportar a demanda, projetada para 43 milh�es de passageiros/ano em 2043.

Interior O plano de desenvolvimento de aeroportos regionais deve permitir que mais 3 milh�es de mineiros voem do interior para capital at� 2017, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econ�mico. Em vez das 12 liga��es, a expectativa � que sejam 30 munic�pios conectados com BH. “Acredito que vamos atingir a demanda muito antes de 30 anos. At� 2030, teremos 40 milh�es de passageiros/ano. Pela primeira vez, vamos ter a chance de concorrer (com os outros aeroportos). Est�vamos fora de jogo”, avalia Athayde sobre a entrada de operadores privados no Tancredo Neves.

 

Outra pista a caminho

 

A segunda pista de pouso do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, outra obra prevista no projeto de constru��o, tamb�m deve finalmente ser constru�da. O prazo dado ao grupo que vai oper�-lo � um pouco mais longo que o do terminal de passageiros, at� 2020. As duas interven��es, consideradas priorit�rias nos 30 anos de concess�o, devem funcionar como alavanca para impulsionar o fluxo internacional. Em entrevistas depois do leil�o, os diretores do cons�rcio AeroBrasil colocaram como uma das prioridades a amplia��o do n�mero de conex�es com o exterior. “O mix de destinos certamente � uma prioridade e vamos dedicar grande aten��o a este aspecto”, disse o diretor de Desenvolvimento de Neg�cios Internacionais da Flughafen Z�rich AG (operadora do aeroporto de Zurique), Martin Fernandez, em entrevista ao EM, refor�ando a posi��o de representante do grupo CCR no dia do leil�o.

A companhia su��a associada � operadora do aeroporto de Munique e ao grupo de engenharia CCR (associa��o entre Andrade Gutierrez e Camargo Corr�a) formam o AeroBrasil. Por coincid�ncia, a Andrade Gutierrez tamb�m participou do cons�rcio construtor do aeroporto, � �poca com a tamb�m mineira Mendes J�nior.

As duas pistas, com 3,6 mil e 4 mil metros de extens�o (a atual est� em obras para acrescer 600 metros aos 3 mil metros atuais), servir�o como carta branca para que aeronaves de maior porte possam subir e descer em Confins com carga m�xima. Atualmente, avi�es de grande porte, como o Boeing 747-400 n�o podem operar com carga e combust�vel m�ximo, o que de certa forma limita o alcance dos voos que partem do aeroporto mineiro. Ou seja, abrem-se as portas para a Europa, �sia e outros destinos mais distantes.

Movimento Atualmente, segundo estudo feito pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econ�mico, apenas 54,93% do US$ 1,7 bilh�o de mercadorias importados por via a�rea por Minas Gerais entram pelo aeroporto internacional. Juntos, Guarulhos e Viracopos respondem por 35% do restante. A situa��o � mais complicada se consideradas as exporta��es. Dos US$ 2,4 bilh�es que Minas exporta pelos ares, somente 8,7% saem pelo aeroporto mineiro. Enquanto isso, por Guarulhos passam mais de tr�s quartos do total. A fatia tem condi��o de ser ampliada, mas n�o o � devido � insufici�ncia de voos internacionais.

A nova constru��o deve ser preponderante para o aumento do transporte de carga no aeroporto, aumentando assim a concorr�ncia com Viracopos no setor, al�m de ser a oportunidade para que finalmente os projetos de aeroporto-ind�stria e aerotr�polis decolem. “Potencial o aeroporto tem. Mas os outros ter�o condi��o de se tornar mais fortes. Vai depender das empresas (operadoras). Pode ser o terceiro, mas pode ficar em quinto”, afirma o presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica e Industrial da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gon�alves Fernandes, sobre a concorr�ncia que Confins vai ter com Gale�o, Guarulhos, Viracopos e Bras�lia e a possibilidade de subir no ranking nacional de movimenta��o.