A ata da �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), divulgada no in�cio da manh� desta quinta-feira, mostra que o Banco Central n�o se comprometeu em reduzir o ritmo de alta da taxa b�sica de juros j� na reuni�o de fevereiro, na avalia��o da economista Alessandra Ribeiro, da Tend�ncias Consultoria Integrada.
"O BC adicionou um termo dizendo que a infla��o est� mais resistente do que o previsto e tamb�m indicou que a preocupa��o com o c�mbio permanece", disse. Segundo ela, a decis�o de fevereiro mais do que nunca estar� condicionada ao comportamento dessas duas vari�veis. "Vai depender dos dados."
Um resultado "ruim" do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro e uma piora do c�mbio, de acordo com Alessandra, levariam a um aumento de 0,50 ponto porcentual da Selic na reuni�o de fevereiro (para 11% ao ano), sem encerramento do ciclo de aperto monet�rio. J� a melhora da infla��o e um cen�rio "mais tranquilo" de c�mbio, com o d�lar na faixa dos R$ 2,36, motivariam uma avan�o de 0,25 ponto (para 10,75%) e o encerramento do ciclo. "Mas, em linhas gerais, a ata � mais hawkish do que dovish, com espa�o maior para a subida de juros."
Alessandra n�o acredita que o resultado do IPCA-15, que ficou em 0,67% em janeiro, abaixo do piso das estimativas do mercado, seja suficiente para diminuir o alerta com rela��o � infla��o e contribuir para o encurtamento da trajet�ria de aperto monet�rio. "N�o adianta analisar somente o indicador cheio. O n�mero veio bom, mas a leitura ainda � muito ruim, tanto no se que se refere aos n�cleos quanto ao �ndice de difus�o", explicou.
Ainda segundo a economista, a campanha de reelei��o da presidente Dilma Rousseff n�o deve ser um impedimento para a continuidade da alta da Selic. "A presidente vai olhar mais a infla��o e tem deixado claro que deu esse espa�o para o Branco Central." Segundo Alessandra, Dilma n�o quer que a infla��o seja um "risco" ou um tema de discuss�o na campanha. "Por isso h� um espa�o maior para o BC elevar os juros. Em termos eleitorais, o patamar da Selic � menos importante do que a infla��o."
Atividade interna
Alessandra tamb�m destacou a mudan�a que a ata trouxe na avalia��o sobre a atividade interna. "O documento mostra que o Banco Central v� um crescimento est�vel para 2014, e antes, na ata anterior, a percep��o era de um crescimento intenso para este ano", afirmou. "Traduzindo para a pol�tica monet�ria, significa que o BC entende que a atividade n�o deve ser um fator de press�o t�o grande para a infla��o."