Bras�lia – O an�ncio pelo governo de um corte de gastos p�blicos mais forte do que o esperado era a sinaliza��o que faltava ao Banco Central (BC) para reduzir o ritmo de ajuste na taxa b�sica de juros. A aposta dos analistas do mercado financeiro � que o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) decida por apenas mais uma eleva��o de 0,25 ponto percentual na Selic durante a reuni�o marcada para semana que vem. At� h� poucas semanas, o consenso do setor privado ainda era de uma dose mais alta nos juros, de 0,5 ponto.
O que garantir� a redu��o do ajuste na taxa b�sica, dizem os analistas, � o esfor�o fiscal extra prometido pelo governo ontem. Nas �ltimas semanas o mercado financeiro especulou a respeito do contigenciamento de gastos p�blicos poss�vel em um ano de elei��es. O consenso era que os ministros da �rea econ�mica de Dilma Rousseff teriam de economizar pelo menos R$ 35 bilh�es para mostrar comprometimento com metas fiscais. O corte de R$ 44 bilh�es surpreendeu e para analistas ele vai desacelerar a demanda por produtos e servi�os.
N�o por acaso o governo reduziu de 5,8% para 5,3% a previs�o de alta do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) no decreto de execu��o or�ament�ria que ser� publicado hoje. N�o � o que pensam, no entanto, os analistas de grandes bancos e corretoras, que ainda apostam numa eleva��o de 5,93% da infla��o em 2014. “O que explica esse descolamento das previs�es do governo e do mercado � justamente a falta de confian�a do setor privado no esfor�o fiscal que vinha sendo prometido”, disse um operador do mercado.
Para o economista-chefe da Mau� Sekular, Alessandro del Drago, o objetivo, se alcan�ado, ser� determinante para dissipar o pessimismo do mercado com a expectativa de alta dos pre�os neste ano. “O que vai pesar para que a autoridade monet�ria reduza ou n�o o ritmo de aperto na Selic s�o as expectativas para a infla��o, que permanecem elevadas. Por enquanto, o mercado financeiro parece ter recebido bem esse an�ncio fiscal”, disse.