A quatro meses do in�cio da Copa do Mundo no Brasil, moradores de Belo Horizonte j� garantem uma renda extra com alugu�is de suas casas para turistas. De quebra, h� quem se ofere�a para trabalhar de motorista, cozinheiro e guia. As imobili�rias tamb�m comemoram a proximidade do evento esportivo: a oferta de resid�ncias e s�tios para o setor alugar em junho e julho cresceu dois d�gitos em algumas empresas. Especialistas estimam que a maioria dos visitantes vai optar por im�veis nas proximidades do Mineir�o e em bairros na Regi�o Centro-Sul.
A pesquisadora na �rea de cinema L�dia Mello � uma das mineiras que j� garantiram a renda extra. Ela alugou seu apartamento, no Bairro Anchieta, para tr�s australianos. A hospedagem lhe render� R$ 6 mil. Com o dinheiro, explica, far� uma viagem internacional. “Eles v�o ficar aqui por 20 dias. Vou para Nova York ou para o Leste europeu. Ainda n�o me decidi.” Outros moradores, por�m, pretendem ir para casas de parentes enquanto cedem o lar para visitantes.
� o caso de dona Maria de Freitas, moradora do Bairro Itapo�, na Regi�o da Pampulha. “O im�vel, a tr�s quil�metros do Mineir�o, tem tr�s quartos, sendo duas su�tes, al�m de piscina e �rea de lazer. H� espa�o para 10 pessoas. Acredito que posso receber de R$ 30 mil a R$ 40 mil pelo per�odo de um m�s”, calcula Maria. Ela est� � procura de uma imobili�ria que fa�a a negocia��o. Ofertas semelhantes � dela pipocam em v�rias imobili�rias.
O presidente da Lar Im�veis, Luiz Ant�nio Rodrigues, estima que sua empresa deve apurar um crescimento de 40% a 50% com os chamados contratos tempor�rios em junho e julho. Ele explica o porqu�: “Muitos estrangeiros preferem alugar im�veis a ficar em hot�is. Primeiro, pelo maior aconchego e liberdade. Tamb�m em raz�o de uma casa poder acomodar mais pessoas. Isso � uma grande vantagem financeira para os visitantes, que podem dividir o aluguel entre o grupo”.
Em 2013, a Lar Im�veis alugou mais de uma dezena de im�veis durante a Copa das Confedera��es. A experi�ncia permite ao empres�rio observar que boa parte da procura pelos turistas est� na Regi�o Sul da capital e nas proximidades do Mineir�o. A aut�noma K�nia Assis, que reside a cerca de cinco quil�metros do est�dio, est� disposta a deixar a casa, na companhia do marido e da filha, durante o per�odo da Copa. Os tr�s pretendem ir para resid�ncias de parentes em troca de um bom contrato.
Oferta
“Vou negociar com imobili�rias. Temos um bom apartamento (dois quartos) mobiliado. H� garagem e o im�vel est� pr�ximo do Mineir�o”, informou K�nia, que ainda n�o definiu o valor da di�ria, mas estima que o pre�o fique em torno de R$ 1 mil. Maria de Freitas, a aut�noma que mora no Itapo�, tamb�m pretende ir com o marido para casa de familiares durante a Copa. Ambas moram na regi�o atendida pela regional da Rede Invista, coordenada por Jos� Cupertino: “A oferta de im�veis para loca��o durante a Copa aumentou cerca de 30% em rela��o (ao mesmo per�odo) para a Copa das Confedera��es”.
Mas n�o s�o apenas donos de casas e apartamentos que est�o de olho numa receita extra durante os jogos. O empres�rio Cl�ber Juarez Machado Furbino arrendou uma fazenda, h� alguns anos, e decidiu alug�-la durante a Copa. A propriedade, a 15 quil�metros do aeroporto de Confins e a 37 quil�metros do Mineir�o, tem sete su�tes, cinco lagoas, barcos, bicicletas e cavalos. “� uma �rea de 60 hectares. H� muito verde e nascente d’�gua”, conta Cl�ber, que enviou convites com a propaganda da propriedade para turistas estrangeiros.
Servi�os
Nas pe�as, Cl�ber informa que faz o traslado do grupo entre o aeroporto, a fazenda e o est�dio. “Os h�spedes t�m direito a caf� da manh�, almo�o e um caldo � noite. Tamb�m podem fazer passeios a cavalo, pescar, andar de bicicletas… A di�ria est� em torno de R$ 1,5 mil.” Oferecer servi�os aos visitantes � uma estrat�gia para agregar valor e que j� foi percebida por muitos donos de casas e apartamentos dispon�veis para alugu�is durante a Copa.
Jos� Cupertino, o coordenador da Rede Invista, conta que um dos clientes que lhe ofertaram um im�vel se colocou � disposi��o para trabalhar como motorista para os visitantes. “Ele se prop�s a dirigir o pr�prio carro em deslocamentos para os jogos e passeios tur�sticos.”
Em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), do total de visitantes internacionais (5,67 milh�es) que estiveram no pa�s, quase a metade (44,2%, ou 2,5 milh�es de pessoas) optou por ficar em hospedagens alternativas. Desse universo, as casas alugadas representam 11,9%, ou 675,4 mil turistas.