A Copa do Mundo deve ter um impacto positivo muito pequeno na economia do Brasil - se � que o efeito l�quido ser� mesmo ben�fico - segundo uma avalia��o da brit�nica Capital Economics. Na an�lise da consultoria, a competi��o n�o ajudar� o pa�s a resolver os problemas estruturais que prejudicam o crescimento no longo prazo.
A Capital Economics explica que os benef�cios da Copa se d�o por dois canais. O primeiro deles � o aumento nos investimentos do governo e o segundo s�o os gastos dos consumidores, em especial dos turistas. A consultoria lembra que o or�amento inicial do torneio era de quase R$ 23 bilh�es, sendo um ter�o para construir os est�dios e dois ter�os para melhorar a infraestrutura, sobretudo de transportes.
Esse volume representa aproximadamente 1% do PIB anual brasileiro, mas foi dilu�do ao longo dos anos. Em termos relativos, o or�amento � maior do que o feito na Copa de 2010, na �frica do Sul (0,8% do PIB local) e do que o realizado no Mundial de 2006, na Alemanha (0,3% do PIB). Entretanto, o pr�prio governo brasileiro estima que os investimentos na verdade ficaram em torno de dois ter�os do total previsto inicialmente. "O Brasil tem um hist�rico p�ssimo na implementa��o de programas p�blicos de investimento", diz a Capital Economics.
Turistas
Em rela��o aos gastos dos turistas, a consultoria aponta que o governo espera que a Copa atraia quase 600 mil visitantes para as cidades-sede. Com uma estimativa arbitr�ria de que cada turista passe dez dias e gaste cerca de US$ 500 por dia, isso significaria um total de US$ 3 bilh�es. "Pode parecer impressionante, mas � um volume pequeno em uma economia de US$ 2 trilh�es. Os gastos adicionais dos turistas equivaleriam a apenas 0,1% ou 0,2% do PIB", explica o relat�rio.
A consultoria aponta que nas duas edi��es anteriores da Copa do Mundo os impactos nas economias locais foram question�veis. O campeonato de 2006 realmente coincidiu com uma acelera��o na economia alem�, mas a �frica do Sul desacelerou em 2010, durante o torneio, e n�o houve um impulso de longo prazo para o pa�s, como muitos esperavam.
Apesar do ceticismo em rela��o � Copa, o economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, Neil Shearing, diz que aposta em uma vit�ria do Brasil na disputa. "Nas seis Copas realizadas na Am�rica Latina um time do continente foi campe�o", lembra.