A expectativa do governo � de que 65% da popula��o brasileira tenha acesso � TV digital at� o fim de 2014. De acordo com a secret�ria de Servi�os de Comunica��es Eletr�nicas do Minist�rio das Comunica��es, Patr�cia �vila, o foco s�o cidades com mais de 100 mil habitantes. Al�m disso, a meta � ter em todas as capitais ou regi�es metropolitanas ao menos quatro emissoras operando em tecnologia digital ainda neste ano. Segundo a secret�ria, o investimento ainda necess�rio � estimado em R$ 3,5 bilh�es.
Atualmente, 60% da popula��o brasileira est� coberta por esse servi�o digital. A estimativa � de que, ao longo de 2014, metade das esta��es de TV e retransmiss�o esteja instalada em novos canais. A Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel) deve definir at� junho o canal digital destinado �s esta��es de mais baixa pot�ncia.
O processo de desligamento da TV anal�gica prev� que as redes ser�o remanejadas entre os canais 14 e 51. Inicialmente, o desligamento ocorreria de uma s� vez, em 2016, mas o governo decidiu fazer isso de forma gradual. O prazo de outorgas pelo Minist�rio das Comunica��es vai at� 2017. As emissoras de televis�o ter�o um ano para entrar no ar, o que deve ocorrer at� 2018.
O cronograma de desligamento da TV anal�gica ainda depende de algumas defini��es. Segundo Patr�cia �vila, a Anatel concluiu em abril o levantamento das cidades que ser�o afetadas, mas ainda � preciso definir a hierarquia da lista e entender as consequ�ncias do desligamento do sistema de uma cidade para aquelas no seu entorno.
O consultor de assuntos regulat�rios da Associa��o Brasileira de R�dio e Televis�o (Abratel), Andr� Felipe Seixas Trindade, destacou desafios ao apag�o anal�gico, como a manuten��o pela TV digital do n�vel de penetra��o da TV anal�gica, que hoje chega a 96%, e o grande n�mero de prefeituras com retransmissoras de TV. "Muitas retransmissoras pegam sinal por sat�lite, fazem difus�o em suas cidades e n�o comunicam a suas respectivas geradoras. Como digitaliz�-las?. Por mais que o governo diga que o apag�o anal�gico vai se encerrar em 31 de dezembro de 2018, achamos que isso ser� dif�cil", disse.
A transi��o � fundamental para o leil�o 4G na faixa de 700 MHz, hoje ocupada pelos canais de televis�o anal�gicos. Os canais ser�o realocados para uma frequ�ncia mais baixa com a entrada em vigor exclusivamente da TV digital. Uma vez liberada, essa faixa ser� licitada para operadoras que prestam servi�o de transmiss�o de dados de quarta gera��o.
Recep��o
De acordo com dados apresentados pela secret�ria do Minist�rio das Comunica��es, hoje 80% dos lares brasileiros j� t�m televisores de tela fina. Nos �ltimos tr�s anos, 69% dos consumidores brasileiros trocaram de aparelho de TV, porcentual que deve crescer com a Copa de 2014 e os Jogos Ol�mpicos de 2016.
O governo brasileiro dever� realizar um programa que subsidiar� a aquisi��o de filtros contra interfer�ncia e conversores (set top box), que permitir�o receber o sinal digital e convert�-lo para um formato de v�deo e �udio dispon�vel em seu receptor de TV. O programa deve abranger cerca de 30 milh�es de fam�lias de baixa renda. No entanto, isso ainda ser� discutido ap�s o leil�o.
Para o consultor da Abratel, o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MIDC) deveria criar uma pol�tica de est�mulo para aparelhos de televis�o, considerados caros, apesar da produ��o local de 18 milh�es de televisores por ano. "Mesmo com financiamentos de longo prazo, boa parte da popula��o tem dificuldade de adquirir uma televis�o", afirmou Trindade.